Em uma noite qualquer entre o final dos anos 90 e o início dos anos eu estava assistindo a finada MTV Brasil, depois de zapear entre os canais de TV à cabo da também finada TVA na casa dos meus avós, quando decido parar para assistir o Lado B, programa do VJ Fabio Massari, dedicado a bandas alternativas, que não tinham muito espaço na programação regular da MTV.
Me lembro que ali assisti a clipes que nunca veria em qualquer outro lugar, clipes de bandas como Rammstein, Weezer, Pixies, PIL, Sonic Youth, entre muitos outros que já caíram no esquecimento.
Mas a banda que mais me marcou na época foi uma banda argentina de Punk Rock chamada Attaque 77.
Não me lembro qual clipe da banda o Massari exibiu, mas me lembro que ele estava com um CD recente dela, chamado Trapos, um disco ao vivo, no qual ele dizia que a música de abertura era um cover de Perfeição (rebatizada como "Perfeccíon") da Legião Urbana, mas cantada em espanhol.
Aquilo me impressionou e ficou na minha cabeça. Como assim tem uma banda de punk rock da argentina fazendo cover de Legião Urbana? Isso não fazia sentido! Vale dizer que na época eu ainda gostava muito de Legião. Ainda gosto hoje em dia, mas muito menos do que antigamente.
Meses (ou anos) depois, eu estava em algum show de punk rock por aí. Era parada obrigatória ir nas mesinhas de venda de CDs underground porque na época ainda era muito difícil baixar música em conexão discada pelo Napster, Limewire e Kazaa. Às vezes ficávamos horas, ou mesmo dias, para baixar um único arquivo e descobrir que era outra música ou apenas estática.
Nesse show em particular eu me deparei com uma única cópia do CD ao vivo dessa banda que o Massari tinha mostrado tempos atrás em seu programa. Me lembro que fiquei em dúvida se comprava esse CD ou outro, provavelmente do Bad Religion, Ratos de Porão, Ramones, etc. Me lembro também que pensei "se eu não comprar esse CD hoje, posso nunca mais achar outro igual à venda". Errado, eu não estava, nunca mais eu vi outra cópia desse disco na minha frente. Comprei e não me arrependi.
"Perfeccíon" é melhor que a versão original nos arranjos e tem tanta energia e presença quanto na voz de Renato Russo, e a letra parece que ficou ainda mais bela em espanhol.
Após a abertura mais sentimental e cadenciada, o álbum entrega vários punk rocks cheios de energia e com estilo próprio. A banda enfileira um hit atrás do outro: "Cambios", a etílica "Cuanta cerveza", a emocionante "El Perro", "El Jorobadito", a emotiva "Nuestros años felices", "El Cielo Puede esperar", o hino "Soy de attaque", a combativa "Alza tu voz", a cômica "Gil" e as românticas "Dame fuego" e "No me arrepiento de este amor".
No total são 23 músicas, majoritariamente punk, porém com faixas mais rock e também reggaes como "Tres pájaros negros".
"Trapos" é um disco perfeito para quem busca novos sons, quem quer conhecer rock em outras línguas além do inglês e do português e, finalmente, para quem gosta de um bom "um, dois, três, quatro!"
Se ficou curioso, confira abaixo a versão de Perfeição da Legião Urbana.
Também encontrei esse vídeo de um cara tocando baixo, guitarra e bateria que compilou a abertura das primeiras 16 músicas do disco em dois minutos!
Lançado em 1999, There is nothing left to lose é o terceiro disco da banda americana Foo Fighters. Seu frontman, guitarrista, compositor, líder e idealizador Dave Grohl já era figura conhecida no mundo do rock por ter sido o baterista do Nirvana.
O Foo Fighters já tinha conseguido algum sucesso com seus álbums anteriores, o Foo Fighters de 1995 e o The colour and the shape, de 1997, que emplacou singles nas rádios e clipes na MTV.
Porém, There is nothing left to lose foi um divisor de águas para a banda aqui no Brasil. Seus clipes foram exibidos à exaustão na finada MTV Brasil e também no TOP TVZdo canal Multishow, neste com direito a legendas.
Me lembro que nesta época, no início dos anos 2000 (caramba, lá se vão 25 anos), eu ainda estava no cursinho de inglês, tal qual o Eduardo de Eduardo e Mônica, e vez ou outra a professora nos deixava escolher clipes para assistirmos na aula (provavelmente para ganhar um descanso) e desenvolvermos nosso "listening" de maneira lúdica.
Você consegue imaginar hoje em dia um curso de inglês exibindo um clipe de qualquer banda de rock que seja? Rock mesmo, não Imagine Dragons ou Coldplay. Eu não.
Learn to fly, a terceira faixa do disco, tocou à exaustão graças ao seu fácil refrão e ao clipe bem-humorado, que se destacava em meio à enxurrada de clipes de boy e girl bands, ostentação com o hip-hop americano e os clipes mais sombrios das bandas de new metal.
Imagem do clipe de "Learn to fly"
O disco alterna entre faixas mais pesadas, como Stacked Actors e Breakout, as duas músicas de abertura do álbum, mais radiofônicas como Learn to Fly, Generator e Next Year, porém a maioria das músicas são mais singelas como Aurora, Headwire, Ain't Life e a grudenta M.I.A, que fecha o álbum.
O sucesso foi tanto que a banda de Seattle foi convidada a tocar no Rock in Rio III, de 2001, que marcava a volta do festival após um hiato de dez anos.
O humor dos clipes, aliado aos sucessos radiofônicos, me fez comprar o CD na época. Gostava bastante, com exceção das músicas mais lentas que me entediavam. Porém, não demorou muito e meu gosto musical foi migrando para o Punk Rock e Hardcore, e acabei deixando o Foo Fighters de lado.
Como a grana era curta, acabei vendendo a bolachinha para um amigo do colégio, assim poderia investir em outra do Bad Religion, Rancid ou Ratos de Porão.
There is nothing left to lose ficou esquecido na minha memória até que o revisitei alguns meses atrás. E devo dizer que fui injusto com ele.
Não só ele é bom como é um dos melhores da inconsistente discografia do Foo Fighters.
Para quem deixou esse disco esquecido na memória afetiva, vale redescobri-lo.
Memórias Póstumas de Brás Cubas foi um dos primeiros livros "adultos" que li na vida.
Certamente foi o primeiro romance, se é que assim podemos chamar as desventuras de defunto Brás.
Publicado originalmente como folhetim na Revista Brasileira no ano de 1880 com o nome de Memorias Posthumas de Braz Cubas e tendo deixado eterna uma das mais famosas citações da literatura brasileira, ou ao menos da Machadiana:
Ao verme
que
primeiro roeu as frias carnes
do meu cadáver
dedico
como saudosa lembrança
estas
memórias póstumas
Bem como também a famosa frase que fecha a obra:
Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria
Li pela primeira vez estas Memórias quando tinha entre 12 e 14 anos, me perdoem a minha imprecisão etária.
A coisa é que na época gostei muito da leitura, feita em uma daquelas edições de bolso bem baratas da Martin Claret em que o papel é quase transparente, a letra é minúscula e as capas eram tão horrorosas que o ChatGPT teria vergonha de tê-las produzido mesmo com o pior do Prompts.
Gostei tanto que na época eu achei um VHS do filme em uma locadora e aluguei e vi com a minha família na casa dos meus avós paternos.
O filme era estrelado por Reginaldo Faria, ator global, e o humor satírico, defuntico e em primeira pessoa me agradou demais.
No entanto, nunca mais retornei à obra, seja ela no papel ou nas telas.
Recentemente, navegando pelo site do rio Amazônico, me deparei com inúmeras versões de diferentes editoras para obras do Bruxo do Cosme Velho e reencontrei os escritos do velho autor desencarnado.
Pensei que já era hora de revisitar tão querida obra e também ter uma versão digna da mesma. A edição vencedora da minha licitação pessoal foi a da Editora Itatiaia. Preço bom, capa bonita, papel de boa gramatura, tudo como manda o figurino.
Só senti falta de textos de apoio sobre o autor (Machado, não o Cubas) e também um pouco de contexto da época, a história da publicação ao longo do tempo, etc.
Mas acho que por R$14,95 os editores da Itatiaia acreditaram que tais mimos seriam ir longe demais. Não os julgo.
Chegado o livro, era hora de debruçar-me e aproveitar a obra novamente. Após tanto tempo, seria praticamente como lê-la pela primeira vez.
Só que dessa vez achei-a chatíssima!
Brás Cubas (ou Machado de Assis) não consegue ser objetivo, o livro por muitas vezes é tedioso e desinteressante, como ambos os autores, real e ficcional, confessam:
Começo a arrepender-me desse livro. [...] o livro é enfadonho, cheira a sepulcro, traz certa contração cadavérica [...] este livro e o meu estilo são como os ébrios, guinam à direita e à esquerda, andam e param, resmungam, urram, gargalham, ameaçam o céu, escorregam e caem...
Não poderia concordar mais.
O velho Brás não passava de um mimado filhinho de papai, um herdeiro com a vida ganha que nunca teve grandes preocupações na vida a não ser seus namoricos e paixonites agudas que levaram-no do nada ao lugar nenhum e fizeram seu pai e tios fazerem-lhe uma intervenção à lá Charlie Sheen (OFF: quem viu o documentário dele na Netflix pegou a referência) e mandá-lo à força para Portugal, a fim que fizessem faculdade e depois retornasse à Terra de Vera Cruz para seguir carreira, talvez até na política, nobre ofício, e elevar o nome da família Cubas a patamares jamais vistos.
Não bastante, seu grande amor tinha que ser uma mulher casada e com filhos, esposa de um político em ascensão.
Quase estragou a vida da dita cuja e ainda jogou a sua pela janela, pois não realizou nada digno de nota, a não ser a nota para dizer que não teve filho algum.
Lembro que muito tempo depois de ter lido este e outros livros do Machado de Assis, navegando pela ainda verde, livre e selvagem internet do início dos anos 2000, vi uma crítica do
Millôr Fernandes, outro ator que gosto muito (será que ainda gosto mesmo) e um dos responsáveis por tirar meu cabaço literário com livros herdados do meu falecido avô, que dizia que Machado de Assis era um bobo.
Lembro que na época fiquei chocado e decepcionado porque um dos meus autores preferidos - até então - criticou meu outro autor preferido - até então - e não só isso, mas criticou uma vaca sagrada da Literatura Brasileira.
Que bobo era eu. Por que Assis não poderia ser criticado?
Hoje, ainda não posso dizer que concordo que Machado de Assis era um bobo. Mas, sem dúvida, Brás Cubas era, tanto em vida quanto em defunto.
PS: Tem o filme completo no Youtube. Me lembrei de que no filme eles dão muita ênfase no emplastro. No livro mal falam disso. Ou seria um dos pequenos capítulos que eu pulei para terminar logo? Pode ser.
PS2: Já terminando de editar este post, descobri que o romance virou trend no TikTok no ano passado. Está aí o link para quem quiser conferir. Fiquem tranquilos que ninguém fez dancinha.
Dizem que agosto é o mês de desgosto, mas pqp hein, que setembro tenebroso..
Só notícias ruins no Brasil e no mundo: economia, guerras, conflitos, assassinatos, ódio do bem, manipulação midiática, etc, etc.
Fiquei sem vontade de escrever nas últimas semanas por conta desses ocorridos, mas pessoalmente vai tudo bem por aqui.
Resolvi testar um novo formato, um apanhado do que eu julgar mais relevante compartilhar do que eu fiz no mês, acho que fica mais fácil e objetivo compartilhar alguma coisa assim.
Então vamos ao teste.
Tem algumas coisas de agosto misturadas aí no meio.
Quero fazer algo muito objetivo, curto e grosso.
Leituras
Megalex
Mais uma obra maluca do Jodorowski. Lastreada em fezes XD
Superman: O que há de errado com verdade, justiça e um mundo melhor?
Achei legal, porém esperava um pouco mais. No geral valeu a pena, acho até que vale um review só pra ela.
Conan, o Bárbaro (Titan Comics) 1-4
Falaram que essa HQ estava bem melhor que a sua "irmã", A Espada Selvagem de Conan. A julgar por esse primeiro arco, achei inferior.
Rei Conan Omnibus Vol.1
Ainda não terminei a leitura deste volume. Fiquei quase um ano "namorando" ele, esperando um desconto que nunca vinha. Cansei de esperar e comprei e valeu cada centavo. Para mim, a versão de Conan da Dark Horse é a adaptação definitiva do personagem.
Filmes
Conan, o Barbáro (1982)
Havia muito anos que eu tinha assistido a esse filme, não me lembrava de nada. Achei o filme bem "exótico", me surpreendeu ver o James Earl Jones (Darth Vader) como o vilão da história. A atuação dele é de longe a melhor do filme.
Achei essa versão do Conan bem bundona. Cenas de ação bem fracas, roteiro meio nada a ver com nada, o Conan em si é meio lerdão. Acho que não dá nem pra dizer que o filme envelheceu mal porque ele já devia ser ruim na época. Lembro um pouco melhor do segundo filme, esse acho que deve ser um pouco melhor.
Muita pagação de peitinho e cenas de sexo, como o SBT passava esse troço no meio da tarde? Kkk!
Superman (2025)
Fui com expectativa alta ver esse filme e achei um filme OK. Entretém, mas os coadjuvantes Guy Garnder, Krypto e Hélio de La Peña são mais interessantes que o azulão. A equipe da redação do jornal que o Clark trabalha não adiciona em nada no filme.
Hélio de La Peña como Mr Terrific
Séries
Wotakoi: O amor é difícil para Otakus (animê)
Animê de comédia nerd, achei bem leve e divertido. Recomendo fortemente, principalmente para ver com a patroa.
Não é bem o que parece...
Depois da Chuva (animê)
Achei que seria um animê mais interessante pela temática, uma ninfetinha colegial de 17 anos que se apaixona pelo chefe de 45 anos meio loser. Porém, o motivo de tal paixonite não é explicado muito bem, a admiração que ela sente chega a ser irritante e a protagonista é meio songa-monga. É uma obra lenta e arrastada em que acontece pouca coisa. Não sei como terminei de ver essa série. Só recomendo se quiser ver algo bem light pra relaxar, mas vá com a expectativa bem baixa.
Bonitinho, mas chato e arrastado
O Pacificador
Ainda não terminei a segunda temporada, que veio muitos anos depois da ótima primeira temporada. Por enquanto ainda não me empolgou.
Videogames
Alan Wake Remastered
Jogão, mas o final da história é muito confuso. Ainda assim recomendo, principalmente se você curte jogos com boas histórias e está de saco cheio de jogos de mundo aberto e Metroidvanias.
Level Devil
Joguinho de browser, ficou famoso no Instagram pela dificuldade. Mas na verdade nem é tão difícil assim, ele é mais sacana que difícil. Zerei em mais ou menos uma hora.
Yoshi's Crafted World
Jogo muito fofo e bonito, zerei jogando com minha filha e esposa, então teve um gosto especial. Adoro essa franquia do Yoshi, recomendo muito! Mas ainda prefiro os jogos do SNES e do Wii U.
X-Men vs Street Fighter
Zerei no Switch, não sei se eu não consigo mais jogar esse tipo de jogo ou se era bem mais fácil jogar com o controle de fliperama e Playstation. Achei muito difícil fazer os golpes e eu jogava isso muito bem.
Segunda-feira passada, tive folga no trabalho, foi feriado. Mas sabe que eu nem comemoro mais feriados?
Claro, não ter que trabalhar no dia é ótimo, mas já não tenho aquela alegria de antes. Penso que os motivos são porque eu trabalho de Home Office desde a pandemia, mas o principal é porque quase todos os meus amigos não moram mais na mesma cidade que eu. Foram embora para outros estados do Bananil e também para outros países.
Mas não é só isso.
Hoje eu ganho relativamente bem. Financeiramente falando, nunca estive melhor em termos de renda absoluta. Mas os gastos também não param de aumentar.
Tenho 39 anos e me dou conta que certos sonhos que eu tinha não vão se realizar por questões financeiras. Ou talvez eu tenha dinheiro para eles um dia, mas provavelmente já vou estar tão velho que não vou ter mais saúde ou vontade de realizá-los.
Para cada boa notícia que chega, vêm três ruins a reboque.
Tudo piora a cada dia (ou pelo menos tenho essa sensação): economia, política, saúde, comida, música, futebol, filmes, quadrinhos, livros...
Ozzy morreu, o Aerosmith pendurou as chuteiras, Bon Jovi não tem mais voz, Axl Rose virou uma caricatura de si mesmo.
A seleção brasileira que já foi motivo de orgulho, hoje é vista como, na melhor das hipóteses, de forma indiferente.
Filmes bons são cada vez mais raros. Filmes de comédia então já praticamente não existem, e os que ainda existem são bem ruins (vou abrir uma exceção para o remake de 'Corra que a polícia vem aí' que eu não vi ainda, mas parece promissor).
Enfim, white people problems...
Veja, não estou falando que minha vida está ruim. Mas sinto que poderia estar bem melhor, mais vibrante. Mas sinto que as coisas estão meio opacas, sem perspectiva de melhora em várias áreas.
Final de semana passado um amigo que mora fora do Bananil veio nos visitar, conseguimos reunir quatro pessoas em pleno sábado à noite em um rock bar, me senti renovado.
Mas ele já foi embora e a rotina voltou.
O seu mundo também está descolorido e desencantado?
Acho que a expressão-clichê que resume esse post chororô seria "mundo em desencanto".
Outro dia me deparei com esta postagem no blog do Neófito, colega de longa data aqui da "blogosfera".
Ele tenta responder à seguinte questão: Por que ainda escrevemos um blog em 2025?
Blogs são ultrapassados, anacrônicos, mofados. Um blog do blogspot ainda mais. Que coisa mais anos 2000.
Eles eram relevantes no começo da massificação da internet, na era em que as únicas redes sociais eram o Orkut e o Fotolog.
Aqui podíamos guardar os (poucos) memes que circulavam na "web", podíamos escrever nossas sinceras opiniões sobre qualquer coisa, sem medo de censura ou cancelamento. Eram tempos mais livres, simples e divertidos.
Sim, eu estou sendo saudosista, sendo um velho chato que acha que tudo era melhor no passado, respeite meus 39 anos, por favor.
Mas olhando para trás é assim que eu me recordo dessa época onde era tudo "mato virtual".
Claro que hoje temos muitas praticidades das quais eu não abro mão. Não ter mais que ir a uma agência de banco é maravilhoso, ter qualquer série ou filme disponível e acessível em qualquer tempo, hora e lugar também.
Mas a "arte" de blogar foi caindo no esquecimento com a popularização do Youtube e das redes sociais. Só uns poucos esquisitos ainda insistem nisso aqui.
Para ganhar dinheiro? Duvido muito. Seria bem-vindo, mas definitivamente não é o meu caso nem o da maioria.
Escrevemos porque faz bem para a cabeça, porque às vezes tem algum pensamento, sentimento ou opinião querendo sair da cabeça ou do peito e não temos tempo, paciência ou recursos para gravar um vídeo, não queremos o julgamento do nosso círculo social, ou preferimos o prazer de digitar as palavras em um teclado e vê-las aparecendo na tela e, depois de pronto, contemplá-las como um pequeno filho que acabou de nascer.
Um fruto de um trabalho bem feito, um pedaço de nós que descolou da nossa consciência e agora está compartilhado com o mundo.
Somos esquisitos? Provavelmente.
Anacrônicos? Com certeza.
Mas nos sentimos bem fazendo isso? Absolutamente sim.
Escrevemos principalmente para nós mesmos. Alguns ainda têm o mérito (ou o fardo) de escreverem para uma audiência cativa.
Não tenho mais o interesse de divulgar minhas opiniões sobre quadrinhos, músicas, filmes, etc, para ninguém.
Eu escrevo aqui e quem cair de paraquedas e ler, ótimo.
Se ninguém ler ou não gostar, tudo bem também.
Escrever um blog hoje é tipo a penseira das histórias do Harry Potter. Serve para tirar pensamentos da cabeça e deixá-la mais leve.
Mal a poeira baixou após os eventos de "Necrópole" e a Megona e o Juiz Dredd já tem que enfrentar uma nova catástrofe: o Dia do Julgamentochegou para Mega-City Um!
Porém, diferentemente do ocorrido no arco Necrópole, desta vez o genocídio demoníaco não ficará restrito somente à jurisdição -e tempo- do Juiz com queixo de pedra. O Dia do Julgamento chegou para todo o planeta terra e em épocas diferentes! Explico.
No ano de 2178, o Necromago Sabbat fez os mortos voltarem do além-vida e andarem novamente pelo planeta Bethsheba. Após o planeta fica incomunicável, as autoridades descobriram que o planeta agora só abrigavam mortos comedores de carne e também que o Necromago estava exportando seus cadáveres ambulantes em naves para outros planetas a fim de fazer o mesmo em nível galático. A decisão foi óbvia: explodir o planeta Bethsheba antes que o mal se espalhasse.
Mas isso não foi o bastante, pois Sabbat viajou no tempo, voltando ao ano de 2114. Deu muito azar, pois um tal de Juiz Dredd era a lei nesse ano...
Para impedir que o Necromago destruísse o passado e consequentemente o futuro, as autoridades de 2178 enviaram o mutante caçador de recompensas Strontium Dog para dar cabo de Sabbat. O mutante já havia viajado para esse período e tretado feio com Dredd, então ele sabia que haveria muito mais com o que lidar além do necromante.
Deus me livre, mas quem me dera...
Em questão de dias após a chegada de Sabbat, várias cidades do mundo já estavam à beira do colapso: Mega City Um, Mega City Dois, Sulamérica, Djakarta, Sino-City, Hondo City e.. Brasília!
Acho que os zumbis morreriam de indigestão com a carne dos seres abjetos e podres que habitam por lá!
E se vocês leram a saga da Necrópole, sabem que não faltam cadáveres, ao milhões, enterrados nos portões da Megona para serem usados como "matéria-prima" por um necromante.
Se em Necrópole tínhamos um clima de terror no ar, em "Dia do Julgamento" o clima é de urgência, decisões difíceis e resultados improváveis sendo desafiados a todo momento, além de uma competiçãozinha de "quem tem o p*u maior" rolando entre Dredd, Strontium Dog (que já tretou com o Juiz em uma história ainda não publicada aqui no Brasil) e Totaru Sadu, o Juiz-Inspetor de Hondo City.
Aliás, vale destacar aqui, é bem legal vendo os juízes de outras cidades interagindo entre si nesse arco. Temos os juízes do que seriam respectivamente Japão, Texas e China. Gostaria de ver como seria o Juiz de Brasília. Será que ele seria careca? Pois já temos um Juiz por aqui que é Júri e executor...
Este arco tem tudo o que você poderia pedir de uma história do Juiz Dredd: tiro, porrada, bomba, testosterona no talo e muitos drokkados para serem servidos à justiça.Se você gosta das histórias do queixo de pedra pode ir sem medo!
A história é assinada por John Wagner (argumento) e Garth Ennis (argumento e roteiros) e a arte conta com o sempre incrível Carlos Ezquerra, Peter Doherty, Dean Ormston e Chrill Halls.
Sim, eu não estou louco (desculpe, os pensamentos intrusivos venceram)! O Almanaque Temático #75 do Cebolinha na verdade é do Louco. Entendeu? Então vem que eu te explico.
Esse almanaque do Cenourinha Cebolinha traz apenas histórias do Louco. Para quem não sabe, o Louco aparece apenas nas histórias do Cebolinha, embora eu tenha quase certeza que já li uma história dele no Parque da Mônica com a "golducha" como protagonista da história juntamente ao Cebola.
Desde que soube que seria pai de uma menina há uns 6 anos atrás eu decidi começar uma pequena coleção de quadrinhos da Turma da Mônica para incentivar ela a ler. Foi nessa época de idas para consultas de pré-natal que passei a prestar atenção nas revistinhas da Turma e encontrei alguns almanaques do Louco à venda. Comprei o primeiro e eu e minha esposa gostamos, então seguimos lendo e comprando.
Nessa leva conseguimos comprar os volumes 15, 16, 17 e 18. O volume 18 acabou sendo o último volume a revistinha foi cancelada? Baixas vendas? Não sabemos.
Almanaques do Louco. Fonte: Guia dos Quadrinhos
O fato é que mesmo anos depois eu sempre dou uma olhadinha na banca na esperança de terem voltado atrás e relançado o Almanaque do Louco, e dessa vez eu cheguei bem perto. Quando vi a capa fui seco comprar o gibizinho e só depois que eu comecei a ler foi que percebi que na verdade era um almanaque do Cebolinha, embora na lombada esteja escrito "Almanaque temático Louco N° 75".
Quanto as histórias em si, gostei da primeira e da terceira e da quarta história. As demais achei um tanto repetitivas as piadas: repetem-se as piadas da borracha, de enterrar o cebolinha para fazer uma plantação de "cebolinhas", piada do louco batendo os braços para voar, piada de alguém chorando e acontece uma inundação. Fiquei até surpreso que uma das histórias o Cebolinha começa a se recusar a fazer determinadas coisas ou falar certas palavras porque ele já sabe o que vai acontecer em seguida.
Além disso, tem várias histórias que já saíram encadernadas nos antigos almanaques do Louco, enquanto histórias mais recentes publicadas na revista do Cenourinha Cebolinha não foram republicadas. Fiquei sem entender.
Na primeira história, o Cebolinha chama o Cascão para mais um plano infalível, Cascão sai correndo porque não quer apanhar e o Louco aparece para ajudar o Cebolinha em seu plano. Essa história se chama "Planos malucos". A terceira história do almanaque se chama "Chuvas Malucas" e tem uns trocadilhos legais.
A quarta história se chama "Um gênio muito louco" onde o Cebolinha acha uma lâmpada mágica e quem sai de dentro dela é o Louco, óbvio (nessa já repete a piada da borracha presente na segunda história sem o menor pudor).
Tem uma parte legal onde o Louco da um prêmio de consolação para o Cebolinha que é uma revista própria com suas histórias solo. Ele fica emocionado, mas logo percebe que foi enganado, pois ele já está em sua própria revista. Então o louco diz para ele que é feio ser egoísta e que tem que aprender a dividir, então ele vai ter apenas metade da revista.
Cebolinha fica indignado e pergunta quem é que queria ter apenas metade de uma revista e depois disso aparecem o Xaveco, Denise e Luca correndo atrás da metade da revista.
Se o almanaque tivesse sido mais barato eu teria ficado mais satisfeito, mas o preço foi de R$18,90. Achei salgado, mas valeu a pena porque minha esposa leu as histórias para a minha filha e ela adorou. Este almanaque tem 160 páginas no total.
Apesar de atrasado, enfim chega às bancas o volume 3 de A Espada Selvagem de Conan. O primeiro volume foi lançado em Dezembro, o segundo em Março e o terceiro apenas em Julho (apesar de no site da Panini ainda constar como pré-venda e com data de lançamento para Agosto, vai entender).
No site, comprando na pré-venda você vai pagar frete, não vai ter desconto e ainda vai receber depois de quem compra nas bancas. Que baita negócio, parabéns Panini!
Paninices à parte, vamos ao que interessa, as histórias de Conan e Solomon Kane.
Começando pelo Kane, chegamos aqui ao final do arco "Mestre da Caçada". Como era de se esperar, o herói puritano encontra e enfrenta o grande vilão da história para poder salvar as pessoas sequestradas por ele.
Como pontos interessantes nesse desfecho de arco, destaco o background do vilão, mostrando como e porque ele veio parar em nosso mundo, e também como Kane tem que lidar para derrotar um oponente muito mais forte do que ele.
Como pontos negativos, a história foi extremamente linear e previsível. Houve poucos e breves momentos interessantes. Uma coisa que eu achava que seria mais explorada nesse arco era como Solomon Kane iria conciliar sua fé cristã quando ele não desse conta de enfrentar o vilão do momento e tivesse que apelar para artefatos e/ou deuses de outros panteões.
Até teve esse momento de hesitação, mas foi tão breve e pouco explorado que não valeu praticamente nada. Torço para que isso seja explorado nas próximas histórias.
No geral, foi um arco mediano conduzido por Patrick Zircher (roteiro e arte).
Agora, falemos do dono do título.
Assim como as edições anteriores, temos aqui uma história fechada do personagem assinada pela dupla Frank Tieri (roteiro) e Cary Nord (arte). Tal qual a história do volume 2, já começa aqui nos chamando atenção porque Conan está na pior. Ele foi transformado em Lobisomen e não vai medir esforços para se livrar dessa maldição!
Achei a premissa bem interessante e gostei da história no estilo "vingança até as últimas consequências". Só achei que no confronto final Conan poderia ter bolado alguma armadilha assassina em massa no estilo "Punisher", atraindo um grande número de bandidos para um único lugar para dar cabo de todos de uma só vez. Mas o autor preferiu que o Cimério vencesse na força bruta mesmo no melhor estilo "máximo esforço".
Ainda terminamos a história com uma piadinha bem bolada. Não sei vocês, mas eu fiquei satisfeito.
Pela ordem da revista, essa história de Conan é a primeira, depois temos Solomon Kane e, para a minha supresa, temos uma terceira história, novamente com o bárbaro, mas dessa vez trata-se de uma história muda, sem diálogos.
Nela, Conan sofre um acidente e depois é atraído por uma bela representante do sexo oposto para uma armadilha mortal.
História OK, não tem muito o que comentar sobre ela. História escrita e desenhado por Alan Quah.
Assim como o volume 2, este volume 3 da "A Espada Selvagem de Conan" conta com 64 páginas. Eu estava na dúvida se o padrão seriam 64 páginas ou 80 páginas como foi o volume 1, então aqui está a minha confirmação.
E vocês, estão acompanhando A Espada Selvagem de Conan da Titan Comics? Se sim, o que estão achando?
Caso tenho gostado dessa resenha, considere comprar a Espada Selvagem de Conan 3 pelo meu link e me ajude a comprar mais gibis. Obrigado!
Minha história com a Aerosmith é relativamente curta. Durante a adolescência assisti muito na MTV e no Top TVZ do Multishow (quando este ainda era um canal interessante e passava programas de videogame, músicas legendadas, South Park, Chaves e Chapolin e não o sumidouro de conteúdo atual) os clipes de Jaded, Fly away from here, Crazy e Janie's Got a Gun.
Mas fora isso nunca fui um grande fã da banda. Isso foi até recentemente quando resolvi abandonar o Spotify e passar a ouvir álbuns inteiros de rock baixando MP3 pelo SoulSeek ou usando Brave Browser para bloquear os anúncios irritantes.
Nessa onda eu acabei ouvindo o álbum Get a Grip por pura insistência do algoritmo do Youtube em ficar me recomendando shorts do Ricardo Seelig falando bem sobre esse CD. E foi amor à primeira ouvida!
Enfim, vamos à lista!
1 - Pump
Foi muito difícil para mim escolher entre Pump e Get a Grip, mas acho que o setlist de Pump consegue superar o já ótimo set de Get a Grip, ainda mais que Pump traz Janie's Got a Gun, uma das melhores músicas da banda.
Pump traz o Aerosmith afiadíssimo e Steven Tyler no seu auge!
Os destaques para mim nesse álbum são: Janie's Got a Gun, Love in an Elevator, The Other Side e Young Lust.
Para mim esse disco não tem nenhuma música ruim.
2 - Get a Grip (1993)
Como dito acima, essa minha redescoberta do Aerosmith começou com o Get a Grip. Impossível não se deliciar com o refrão de "Eat The Rich" em poucos segundos após conhecer a música e também aqui neste álbum temos grandes sucessos da banda, daqueles que romperam barreiras e que todo mundo conheceu na época, como Cryin', Crazy e Amazing.
Fora isso ainda temos Get a Grip (faixa título) e Livin' on the Edge.
3 - Permanent Vacation
Permanent Vacation é a última jóia da coroa do Aerosmith que para mim marca a melhor fase da banda que vai de 1982 (com Rock in a Hard Place e termina com Get a Grip em 1993, mais de uma década de auge).
Destaques: Rag Doll, Dude (Looks like a lady), I'm Down, Permanent Vacation e St. John.
Curiosidade: Reza a lenda que Dude (Looks like a lady) foi escrita depois que o Aerosmith tocou com o pessoal do Motley Crue e o Steven Tyler ficou impressionado como o vocalista do Motley Crue parecia uma mulher e enquanto as duas bandas davam um rolê depois do show que fizeram juntas (provavelmente enchendo a cara de pinga e o nariz de farinha) Tyler não parava de falar "Dude looks like a lady" e daí veio a inspiração para compor esta bela canção.
4 - Aerosmith (1973)
O álbum homônimo de estreia da banda em 1973 é o único disco dos anos 70 que eu realmente acho muito bom. Depois desse álbum o Aerosmith variou entre discos medianos e fracos até chegar a década de 80 e reinventar sua sonoridade pela primeira vez.
Muitos fãs da banda vão me odiar por essa opinião, mas fazer o que?
Além disso, a capa desse álbum é uma das capas mais feias da história do rock! O que a galera tinha na cabeça para aprovar essa joça ir para as loja desse jeito?
Destaques: Dream On, Mama Kin, Make it
5 - Rock in a Hard Place (1982)
O começo da melhor fase da banda para mim.
Rock in a Hard Place marca a transição da fase setentista, marcada por um rock mais cru e com muita influência de blues, para a fase mais rock farofa ou glam metal, como quiser chamar, que é o que fazia grande sucesso comercial na época, vide Bon Jovi, Def Leppard, Guns'n Roses, entre outras banda que vendiam discos igual água no deserto e tinham shows lotados, fãs histéricas e farinha e álcool fartos.
Destaques: Lightning Strikes, Bolivian Ragamuffin e Jig Is Up.
6 - Honkin' on Bobo (2004)
No geral, os fãs da banda não curtem muito esse disco de covers de blues do Aerosmith, sendo apontado como um dos trabalhos mais fracos da banda. Eu discordo bastante.
Todas as músicas desse disco são boas ou muito boas. Ok, talvez você não curta tanto um blues rock assim, mas dizer que é um disco ruim acho que passa muito longe da verdade.
Para quem não gostou dele em uma primeira audição digo que vale a pena dar uma segunda chance.
Destaques: Road Runner, Baby Please Don't Go e Shame, Shame, Shame.
7 - Nine Lives (1997)
Mais uma opinião polêmica nessa posição e juro que não é de propósito. Nive Lives faz parte da segunda mudança de sonoridade da banda para se adaptar a mudança de gosto do público e que depois iria culminar no mais diferente álbum, e também uma quase unanimidade como o pior disco, do Aerosmith, o Just Push Play de 2001.
O Nine Lives soa muito mais pop que os trabalhos anteriores, porém na minha humilde opinião continuam sendo músicas boas, embora já não tenha aquela qualidade da década de 80 e início da década de 90, onde foram gravados os melhores trabalhos da banda.
Destaques: Taste of India, Hole in My Soul e Pink.
Curiosidade: a capa original teve que ser alterada depois do lançamento dessa bolacha, pois a comunidade Hindu ficou ofendida por terem retratado o Senhor Krishna dançando na cabeça do demônio Kāliyā.
Honestamente, eu prefiro a segunda capa mesmo, bem mais interessante. Apesar de que se esse álbum tivesse sido lançado nos dias de hoje com certeza alguma sociedade protetora dos gatinhos teria feito um twitaço contra a banda por fazer apologia à violência contra felinos...
8 - Toys in the Attic 9 - Draw The Line 10 - Done with Mirrors 11 - Rocks 12 - Music from Another Dimension (2012) 13 - Night on the Ruts (1979) 14 - Get Your Wings (1974) 15 - Just Push Play (2001)
A partir da oitava posição eu considero que a banda alterna trabalhos mediano-bom, medianos e ruins.
Algumas rápidas considerações sobre os demais trabalhos:
Toys in The Attic: Tido por muitos fãs como o melhor álbum da banda, para mim é um trabalho mediano, porém tendo grandes hits como "Walk this way", a importância dessa bolacha para a banda é inegável.
Rocks: também considerado um dos melhores trabalhos do Aerosilva, para mim é um disco bem mais ou menos. Não destaco nenhuma música desse álbum.
Music from another dimension: o último disco do Aerosmith é geralmente apontado entre os piores trabalhos da banda junto à Just Push Play e Honkin' on Bobo.
Eu não achei esse álbum tão ruim assim, na verdade ele poderia ser um trabalho muito bom do Aerosmith se ele tivesse ali no máximo umas 10 músicas. Para mim, depois da décima faixa, a qualidade do álbum cai bastante e fica arrastado e cansativo, como se estivessem cumprindo tabela.
Just Push Play: apesar de ter sido o meu contato com a banda por causa dos clipes na MTV, eu nunca tinha ouvido essa bolacha completa. E o disco é ruim mesmo, chato e sem inspiração.
Porém não podemos dizer que ele foi um fracasso, pois esta tentativa de se reinventar novamente e atingir um novo público no início dos anos 2000 deu muito certo.
O trabalho vendeu 240.000 cópias só em sua semana de lançamento e atingiu a segunda posição da Billboard em 2001 e conseguiu o certificado de álbum de platina.
No segundo volume de A Espada Selvagem de Conan temos mudanças na equipe criativa do Cimério. Saem John Arcudi e Max Von Fafner e assumem o título Jim Zub (roteiro) e Richard Pace (arte). Vale destacar que, assim como no volume anterior, a história dessa edição é autocontida, ou seja, ela basta por si própria. Será que todas as edições de ESC trarão histórias fechadinhas do bárbaro? A conferir.
A história dessa edição nos apresenta uma rara oportunidade onde Conan encontra-se quebrado, de corpo e espírito. Após sua caravana ser brutalmente atacada por monstros humanoides, que não poupam sequer as crianças, o bárbaro depende da sua própria e feroz força de vontade, e também de uma ajuda inesperada, para se recuperar dos seus ferimentos até o ponto onde, logicamente, irá em busca de vingança por si próprio e por seus companheiros caídos.
Esta trama traz um tema bem recorrente nas aventuras do Cimério que é o fanatismo religioso. Não obstante, nesse caso o "Deus" (com ou sem aspas, não consegui decidir) em questão é bem real, em carne, osso, garras e presas e vale-se da fome humana para recrutar seus discípulos - de uma forma um tanto definitiva e horrenda.
Ele oferece alimento para que as pessoas tornem-se "carne da sua carne", por assim dizer, para que eles possam matar outras pessoas e cultivar suas almas em um "jardim", onde posteriormente as almas dos finados servirão de alimento para os novos discípulos, em um ciclo sem fim.
Se não fosse Conan, claro!
Não poderia deixar de mencionar a arte dessa publicação, pois a comparação com o trabalho primoroso de Max Von Fafner na edição 1 (confira aqui a resenha) é quase impossível e até mesmo injusta. Fafner está em um nível que poucos desenhistas no mundo estão.
A arte de Richard Pace é mais "suja", com muitas linhas e passa um aspecto de rabiscado, como se ele tivesse feito os esboços e tivesse faltado uma arte-final para polir os desenhos. Em todo o caso, o trabalho de Pace é competente e combina com o clima sombrio e sujo dessa história.
Diferentemente da edição, não temos um conto de Conan em prosa após o término da história.
A seguir, vamos para o segundo capítulo do arco "Mestre da Caçada", onde Solomon Kane, agora em companhia de um velho conhecedor das religiões pagãs (um contraponto ao cristão puritano Kane), continua em busca do fazendeiro desaparecido e seu filho, além de outros locais da região, onde Kane acabará esbarrando não só na criatura que realizou os assassinatos e sequestros, como também com uma divindade pagã, que imagino eu, gerará um bom desenrolar da história com o caçador tendo que lidar com a sua fé e com o que está bem diante dos seus olhos.
A decepção nessa história fica por conta do pequeno número de páginas, apenas oito. Não sei se isso era para ser assim mesmo ou se foi algum problema de prazos que aconteceu com Patrick Zircher, mas não consegui encontrar nada sobre.
A título de comparação, o volume 1 teve 80 páginas, enquanto este teve apenas 64.
No fringir dos ovos, A Espada Selvagem de Conan continua bastante interessante e me deixa ansioso pelo próximo volume.
Sim, eu fui trouxa de comprar esse álbum mercenário da Panini. The joke is on me.
Mas se você está procurando um checklist com todas as figurinhas, ei-lô aqui.
Assim ficará mais fácil de trocar suas figurinhas ou encomendar as que estão faltando no site da Panini.
Encontrei a lista em um blog (do blogpost, quem diria!) especializado em figurinhas de futebol. Obrigado ao amigo Cartophilic pelo trabalho de levantamento.
Na lista abaixo, todas as figurinhas que estiverem marcadas como "foil" são as figurinhas douradas especiais dos jogadores, exceto as quatro primeiras (que eu nunca vi em lugar nenhum).
Lembrando que o clube León do México foi desclassificado pouco antes do começo do mundial por ter o mesmo dono do Pachuca, outro clube mexicano, e a Fifa proibiu dois times com o mesmo dono disputando a competição.
Por causa do tempo curto, não foi possível incluir o Los Angeles FC no álbum.
Além disso, os dois times americanos que participaram do torneio, o Inter Miami (aka o "time do Messi", que se classificou para a Copa só porque a Fifa queria o Messi jogando) e o Seattle Sounders tem apenas três figurinhas cada.
O porque disso eu não sei. Se você souber escreva aí nos comentários.
Introdução
1. Panini Logo - Figurinha dourada
2. Official Emblem - Foil
3. Official Trophy - Foil
4. Official Match Ball - Foil
FIFA Club World Cup 2025
5. Emblem (SE Palmeiras)
6. Weverton (SE Palmeiras)
7. Joaquín Piquerez (SE Palmeiras)
8. Murilo (SE Palmeiras)
9. Gustavo Gómez (SE Palmeiras)
10. Marcos Rocha (SE Palmeiras)
11. Richard Ríos (SE Palmeiras)
12. Aníbal Moreno (SE Palmeiras)
13. Mauricio (SE Palmeiras)
14. Raphael Veiga (SE Palmeiras)
15. Facundo Torres (SE Palmeiras)
16. Weverton (SE Palmeiras) - The Emblem - Foil
17. Paulinho (SE Palmeiras)
18. Estêvão Willian (SE Palmeiras)
19. Estêvão (SE Palmeiras) - The Chosen One - Foil