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Capas Variantes
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Capa variante por Cary Nord |
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Capa variante por Cary Nord |
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Arte de Dave Dorman |
No segundo volume de A Espada Selvagem de Conan temos mudanças na equipe criativa do Cimério. Saem John Arcudi e Max Von Fafner e assumem o título Jim Zub (roteiro) e Richard Pace (arte). Vale destacar que, assim como no volume anterior, a história dessa edição é autocontida, ou seja, ela basta por si própria. Será que todas as edições de ESC trarão histórias fechadinhas do bárbaro? A conferir.
A história dessa edição nos apresenta uma rara oportunidade onde Conan encontra-se quebrado, de corpo e espírito. Após sua caravana ser brutalmente atacada por monstros humanoides, que não poupam sequer as crianças, o bárbaro depende da sua própria e feroz força de vontade, e também de uma ajuda inesperada, para se recuperar dos seus ferimentos até o ponto onde, logicamente, irá em busca de vingança por si próprio e por seus companheiros caídos.
Esta trama traz um tema bem recorrente nas aventuras do Cimério que é o fanatismo religioso. Não obstante, nesse caso o "Deus" (com ou sem aspas, não consegui decidir) em questão é bem real, em carne, osso, garras e presas e vale-se da fome humana para recrutar seus discípulos - de uma forma um tanto definitiva e horrenda.
Ele oferece alimento para que as pessoas tornem-se "carne da sua carne", por assim dizer, para que eles possam matar outras pessoas e cultivar suas almas em um "jardim", onde posteriormente as almas dos finados servirão de alimento para os novos discípulos, em um ciclo sem fim.
Se não fosse Conan, claro!
Não poderia deixar de mencionar a arte dessa publicação, pois a comparação com o trabalho primoroso de Max Von Fafner na edição 1 (confira aqui a resenha) é quase impossível e até mesmo injusta. Fafner está em um nível que poucos desenhistas no mundo estão.
A arte de Richard Pace é mais "suja", com muitas linhas e passa um aspecto de rabiscado, como se ele tivesse feito os esboços e tivesse faltado uma arte-final para polir os desenhos. Em todo o caso, o trabalho de Pace é competente e combina com o clima sombrio e sujo dessa história.
Diferentemente da edição, não temos um conto de Conan em prosa após o término da história.
A seguir, vamos para o segundo capítulo do arco "Mestre da Caçada", onde Solomon Kane, agora em companhia de um velho conhecedor das religiões pagãs (um contraponto ao cristão puritano Kane), continua em busca do fazendeiro desaparecido e seu filho, além de outros locais da região, onde Kane acabará esbarrando não só na criatura que realizou os assassinatos e sequestros, como também com uma divindade pagã, que imagino eu, gerará um bom desenrolar da história com o caçador tendo que lidar com a sua fé e com o que está bem diante dos seus olhos.
A decepção nessa história fica por conta do pequeno número de páginas, apenas oito. Não sei se isso era para ser assim mesmo ou se foi algum problema de prazos que aconteceu com Patrick Zircher, mas não consegui encontrar nada sobre.
A título de comparação, o volume 1 teve 80 páginas, enquanto este teve apenas 64.
No fringir dos ovos, A Espada Selvagem de Conan continua bastante interessante e me deixa ansioso pelo próximo volume.
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Arte de Nick Marenkovich |
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Foto: IG poptopia |
Conan está mesmo em alta, por Crom!
Em novembro passado fui surpreendido nas bancas quando me deparei com o volume 1 da nova encarnação de A Espada Selvagem de Conan, sucesso de público lá pelos idos da década de 70, que contou com grandes artistas como Roy Thomas, Neal Adams, John Buscema, Barry Windsor-Smith, Alfredo Alcala, entre outros.
A série original de Espada Selvagem de Conan foi publicada entre 1974 e 1995, totalizando 21 anos ininterruptos. Desconheço outra série que tenha tido uma publicação tão longa sem ter passado por um reboot no meio do caminho. No total, ela teve 235 edições.
Entre 2019 e 2020 a Marvel fez uma segunda versão da ESC (chamarei de ESC daqui em diante para facilitar a vida desse vosso escriba digital). E desde 2022, a pouco conhecida editora Titan Comics comprou os direitos do bárbaro criado por Robert E. Howard e nos traz a terceira versão da revista.
A versão atual vem sendo publicada no Brasil pela Panini Comics e, julgando apenas pela primeira edição, vem fazendo um bom trabalho até aqui. A ESC atual, tal qual sua versão original, é preta e branca no formato magazine, mais ou menos o tamanho de uma revista semanal de notícias, e tanto as cores em P&B e o formato maior que o tradicional valorizam demais a arte da revista. A título de comparação, versão anterior da Marvel era em formato de comics americano e também era colorida.
A Espada Selvagem de Conan traz -obviamente- histórias de Conan, porém sem tantas amarras editorais como as revistas mais tradicionais do personagem publicada em formato de comics. Isso se traduz em histórias com violência mais explícita e também em nudez feminina -que é belissimamente ilustrada nessa edição por Max Von Fafner e roteiros de John Arcudi (Mulher-Maravilha: Preto e Dourado, O Máskara).
Além da história em quadrinhos do Conan, ao final do primeira história (autocontida), temos um conto de duas páginas em prosa ao melhor estilo Conan: inimigos perigosos, Deuses cruéis, ambiente inóspito e uma bela donzela a ser salva pelo gigante de bronze.
E, também para a minha surpresa, a revista traz ainda uma segunda história com outro personagem de Robert E. Howard. Dessa vez quem dá as caras é o casmurro Solomon Kane, em uma história escrita e desenhada por Patrick Zircher (Superman, Homem-Aranha).
Diferentemente da história de Conan, este é apenas o primeiro capítulo de um arco de histórias de Kane. A história do caçador puritano tem menos páginas que a do cimério, porém não perde em qualidade, trazendo uma trama que promete contrapor a visão cristã do protagonista com elementos místicos e sombrios de outros panteões.
Quanto à história de Conan, temos aqui tudo o que um fã do Cimério poderia querer: exércitos em campanha, embates brutais, lutas impossíveis, traições, feras e máquinas de guerra e um clima de tensão sexual no ar. Tudo isso lindamente desenhado por Max Von Fafner.
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@maxfafner foto do Instagram do artista |
Como se tudo isso não fosse o suficiente, para abrilhantar ainda mais essa edição temos um belo pôster com um mapa da Era Hiboriana, uma introdução por ninguém mais, ninguém menos que Roy Thomas, o editor e principal escritor da ESC original -e também um ensaio sobre o impacto cultural de Solomon Kane, que praticamente sacramentou a visão que a cultura pop tem dos caçadores de vampiros, bruxas e monstros. E, por fim, traz também uma galeria de capas alternativas, totalizando 80 páginas.
E tudo isso apenas no volume #1. Ufa!
Por Crom, você seria louco de não ler esta belíssima magazine!
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Caso tenho gostado dessa resenha, considere comprar a Espada Selvagem de Conan 1 pelo meu link e me ajude a comprar mais gibis. Obrigado!
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Capa de Gerard Zaffino e Shane Bailey |
Fala galera do Estante Nerd, tudo em paz?
Difícil né, ultimamente não está fácil.
É treta em "todes" as redes sociais, inflação, guerra, política, HQ's insanamente caras (como quase todo o resto).
Só esse mês o plano de saúde da minha filha e o da minha esposa juntos aumento + de R$200,00!
É menos dinheiro ainda que sobram para os quadrinhos.
Pensando em custo+benefício, comprei um tablet para ler quadrinhos e também voltei a pagar o Game Pass, serviço do Xbox que é uma espécie de "Netlifx" de videogames, mas isso é assunto para outro post.
Vamos às leituras!
Nas últimas semanas eu li, entre scans e quadrinhos impressos:
Conan Omnibus Vol 3 - Do começo até mais ou menos a metade as histórias são boas, mas da metade para o final fica espetacular, de tirar o fôlego! O arco do Colosso Negro é sensacional e certamente está entre as melhores histórias do cimério! Pelo menos no meu gosto pessoal! E a arte, a arte nessa fase do Conan pela Dark Horse dificilmente fica em algo que não seja acima da média! Essa edição conta com roteiro de Timothy Truman e arte de Tomás Giorello e Richard Corben! Só pra não dizer que tudo são flores, achei que em algumas páginas os balões e recordatórios ficaram com a impressão um tanto borrada. Não compremete a leitura, mas me incomodou um pouco e tal erro não condiz com a qualidade do material. Peguei com 50% de desconto na pré-venda no site da Mythos! Valeu muito a pena! Aliás, mesmo que fosse com preço cheio ainda assim iria compensar, quadrinho de alta qualidade! Nota 10!
Vale a pena comprar? Por Crom, Sim!
Lavennder - Quadrinho italiano da Bonneli que NÃO é de cowboys, índios ou de investigadores! A trama gira em torno de um casal de jovens namorados que resolve passar uns dias numa ilha isolada sem comunicação quase nenhum com o mundo exterior. Tudo vai bem até que eles descobrem que não estão sozinhos na ilha, ou pior, estão mal acompanhados (desculpem pela piadela, não resisti! rss). Arte belíssima de Giacomo Bevillacqua, que também é o autor. Gostei dessa HQ, mas quando a história deslancha de verdade e atinge o seu ápice ela simplesmente acaba deixando um gostinho de quero mais! Nota 8,0.
Vale a pena comprar? Sinceramente, acho que não. Leitura curta, embora seja boa.
A Saga do Demolidor Vols 1 e 2 - Fase clássica do Demolidor pela escritora Ann Nocenti. Li os dois primeiros volumes porque sou muito fã do personagem (meu personagem Marvel favorito nas HQ's) e também pelos muitos elogios que eu vi sobre essa fase e que, ao menos por enquanto, não fizeram jus. Achei as histórias entre medianas e ruins (aquela com o Dentes de Sabe é perdida de ruim, minha nossa senhora!). Destaque positivo para o arco do vilão "Podridão", achei a história criativa, a motivação do vilão interessante, fiquei até com pena dele. Essa história pra mim é fácil a melhor desses dois volumes e não saiu da minha cabeça até agora! - Nota 6,0
Vale a pena comprar? Sim, se você for nostálgico ou muito fã do personagem. Caso contrário, acho que não.
SAGA de Brian K Vaughn - SAGA finalmente saiu do seu hiato de dois anos e voltou com tudo! Após o chocante desfecho da edição #54 a história tem uma espéci de de "recomeço". Se você não leu SAGA ainda, leia, não vai se decepcionar! - Nota 10
Vale a pena comprar? Se você tiver paciência para esperar sair os encadernados pela Devir, sim. E também caso tope encarar outro hiato dos autores. Caso contrário, não.
A obsolescência programada dos nossos sentimentos - Eu passo longe, bem longe, de ser um grande fã do Zidrou, o autor desse quadrinho. Já li Verões Felizes e não achei nada demais (apenas bonitinho) assim como a sua elogiadíssima HQ Apesar de Tudo (comprei, li e revendi), que também acho apenas "bonitinha". Mas A obsolescência programada dos nosso sentimentos, ah! Essa sim eu gostei, para mim é de longe o melhor trabalho do autor. Emocionante e tocante sem ser piégas, ele nos retrata a vida de dois idosos que tem suas vidas entrelaçadas e que mudam um ao outro para sempre. Essa sim faz jus ao hype criado! Nota 8,5
Vale a pena comprar? Sim, é uma ótima HQ para se ter na coleção.
Por hoje é só! E você, já leu algum desses quadrinhos?
Na próxima semana vou comentar Jun, Escória, Conan Vol 4 e Trilogia Gatilho. Até lá!