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| Imagem criada com Gemini 2.5 |
Segunda-feira passada, tive folga no trabalho, foi feriado. Mas sabe que eu nem comemoro mais feriados?
Claro, não ter que trabalhar no dia é ótimo, mas já não tenho aquela alegria de antes. Penso que os motivos são porque eu trabalho de Home Office desde a pandemia, mas o principal é porque quase todos os meus amigos não moram mais na mesma cidade que eu. Foram embora para outros estados do Bananil e também para outros países.
Mas não é só isso.
Hoje eu ganho relativamente bem. Financeiramente falando, nunca estive melhor em termos de renda absoluta. Mas os gastos também não param de aumentar.
Tenho 39 anos e me dou conta que certos sonhos que eu tinha não vão se realizar por questões financeiras. Ou talvez eu tenha dinheiro para eles um dia, mas provavelmente já vou estar tão velho que não vou ter mais saúde ou vontade de realizá-los.
Para cada boa notícia que chega, vêm três ruins a reboque.
Tudo piora a cada dia (ou pelo menos tenho essa sensação): economia, política, saúde, comida, música, futebol, filmes, quadrinhos, livros...
Ozzy morreu, o Aerosmith pendurou as chuteiras, Bon Jovi não tem mais voz, Axl Rose virou uma caricatura de si mesmo.
A seleção brasileira que já foi motivo de orgulho, hoje é vista como, na melhor das hipóteses, de forma indiferente.
Filmes bons são cada vez mais raros. Filmes de comédia então já praticamente não existem, e os que ainda existem são bem ruins (vou abrir uma exceção para o remake de 'Corra que a polícia vem aí' que eu não vi ainda, mas parece promissor).
Enfim, white people problems...
Veja, não estou falando que minha vida está ruim. Mas sinto que poderia estar bem melhor, mais vibrante. Mas sinto que as coisas estão meio opacas, sem perspectiva de melhora em várias áreas.
Final de semana passado um amigo que mora fora do Bananil veio nos visitar, conseguimos reunir quatro pessoas em pleno sábado à noite em um rock bar, me senti renovado.
Mas ele já foi embora e a rotina voltou.
O seu mundo também está descolorido e desencantado?
“Mas os gastos também não param de aumentar”
ResponderExcluirNão há renda que vença. Nossa moeda não vale nada. Afinal, para que serve o “real”? O real, para mim, não faz o menor sentido enquanto moeda. Tempos piores virão, creio.
“Axl Rose virou uma caricatura de si mesmo. “
Discordo. Ele viveu o suficiente para se tornar o Mickey Mouse.
“mais vibrante”
Eu jamais quereria uma vida mais vibrante. Se desejo algo, é cada vez mais paz, sossego, rotina e marasmo (no sentido de quietude, não de desnutrição, claro).
Olha só… se eu pudesse voltar no tempo, faria tudo diferente. Teria me isolado do mundo e de parentes, viveria mais recluso, nunca teria me casado (duas vezes, aliás) e nem filha teria tido, pois percebo que lançar almas nesta existência é um ato criminoso. Mas o que fazer? Me conformar com a vida que tenho e agradecer a Deus que não seja pior. Um dia, meu caro (seja hoje mesmo, ou daqui a 50 anos), toda essa merda acabará mesmo. Visão triste e pessimista minha? Sim.
Espero que você não faça besteiras por aí em busca de mais vibração. Melhor a “vida besta”, como nos advertiu Carlos Drummond de Andrade.
Abraços!
Concordo sobre o real. O que nos resta fazer? Tentar fazer que essa shitcoin renda o máximo possível para pelo menos garantirmos o básico. Com isso já estaremos na frente de uns 90% da população.
ExcluirSobre o Axel, eu pensei em falar isso do Mickey mesmo, haha, mas achei que "uma caricatura de sim mesmo" ficava mais bonito no texto, rss!
Eu diria que você tem uma visão bem parecida com o Brás Cubas, do grande Machado: "Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado de nossa miséria."
Não fiz nenhuma besteira, mas às vezes elas passam pela minha cabeça sim...
Abraço!
"mas às vezes elas passam pela minha cabeça sim"
ExcluirDe acordo com Agostinho, ideias são como pássaros. Vc não pode impedir estes de voarem sobre sua cabeça; mas, sim, de fazerem ninhos.
Gostei do pensamento. É de Santo Agostinho ou Agostinho Carrara?
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