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| Capa sem sentido da minha cópia de R$1,99 da editora "Ingrid Almeida". Nela vemos um soldado segurando um frasco (??) e outros soldados portando armas que não existiam na época do livro. Ao fundo, aviões, sendo que no livro inteiro não há nenhuma menção a eles |
No embalo da releitura de "Memórias Póstumas de Brás Cubas", resolvi ler logo outro livro nacional que estava no meu backlog há muito tempo, aguardando a sua vez: O Triste Fim de Policarpo Quaresma.
Auto-publicada em 1915, em formato de livro, após ter sido lançada em folhetim nos jornais em 1911, a história se desenrola em 1892 durante o governo de Floriano Peixoto.
A história, para mim, tinha altos e baixos no começo. As partes boas eram as focadas no protagonista, o "Major" Policarpo Quaresma, e em seu nacionalismo ufanista e cômico em relação ao Brasil. Conhecendo o país praticamente apenas por livros que o exaltavam, Quaresma tinha apenas conhecimento teórico das "maravilhas" brasileiras e nenhum prático, criando um nacionalismo vazio dentro de si.
As partes que eu julgava um tanto chatas eram as que focavam nos demais personagens da trama, como Ricardo Coração dos Outros, Adelaide (irmã de Quaresma), Olga (sua afilhada), Ismênia, General Albernaz, Dr. Genelício e Floriano Peixoto, o nosso ex-presidente/ditador da vida real.
No entanto, conforme a leitura foi andando, foi me afeiçoando ou odiando cada um deles e também entendendo o motivo de cada um estar ali na história. Ismênia, por exemplo, mostrava como a mulher de classe média tinha como principal intuito da vida se casar e nada mais; Olga, por outro lado, era a mulher forte e de pensamento crítico, que admirava o padrinho mesmo sem entendê-lo; General Albernaz, um militar fútil que vive de aparências, sempre contando vantagem sobre guerras das quais não participou; e Floriano Peixoto, o político que só pensa em como manter o poder para si próprio e em como se livrar de seus opositores, sem qualquer projeto de desenvolvimento do país (continua atualíssimo até hoje).
O livro é dividido em três partes: na primeira, Policarpo se decepciona com a cultura brasileira após sugerir em uma carta publicada em um jornal que a língua oficial do Brasil fosse o Tupi-Guarani, porque a língua portuguesa era uma língua emprestada pelos "donos" do idioma. Por isso, acabou sendo humilhado e internado em um hospício.







