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07/04/2017

Thor #2 - Sob um mal maior

Thor #2 Panini Capa

Sinopse

"Enquanto uma guerra se alastra por Asgard e os outros nove reinos, Malekith, o Amaldiçoado, dá mais um passo para submeter as terras dos Elfos Luminosos ao seu julgo! Sem saber que Thor é na verdade Jane Foster, Loki tenta barganhar com a mais nova detentora do martelo Mjolnir uma aliança temporária, mas o modo como o feiticeiro de muitas faces faz isso é no mínimo "violento"!"

Resenha Thor #2 (The Mighty Thor 3-4)

Confesso que estava na dúvida sobre comprar ou não este segundo volume da nova Deusa do Trovão por conta de dois motivos: sérias restrições orçamentárias e a recente polêmica da Marvel com as baixas vendas de suas revistas nos Estados Unidos, por conta de terem trocados personagem clássicos por novos personagens que seriam "minorias".

Não quero entrar neste assunto porque outros sites já o abordaram de forma bastante boa, melhor do que eu faria, e porque quero falar só desse quadrinho da nova Thor.

Não estava tão empolgado para pegar esse quadrinho, além dos motivos já citados, porque a história apesar de razoável, estava bem clichê. Briga entre reinos, brigas familiares, martelada para todos os lados... enfim, estava OK, mas com o orçamento curto temos que escolher bem as compras do mês.

Resolvi dar mais uma chance a essa HQ e não me arrependi. O roteiro é clichê sim, mas é um arroz com feijão bem feito. Nesse volume, vemos o primeiro encontro da nova Thor, Jane Foster, com o novo (?) Loki, que parece estar sofrendo de algum tipo de crise de identidade.

Além disso, continua se desenrolando a guerra entre os elfos negros, liderados pelo clássico vilão Malekith, e os elfos luminosos. Em Asgard, Freyja, mãe de Odinson (o Thor clássico, para quem não sabe este é o verdadeiro nome dele, "Thor" é uma espécie de título que aquele que empunha o Mjolnir recebe) e Loki, é julgada por Odin, o seu marido.

Essa guerras e tramas palacianas são bem interessantes e estão sendo bem conduzidas até aqui por Jason Aaron. A trama deixa o leitor curioso para saber como será o relacionamento de Loki com Thor, visto que ele não sabe que é Jane Foster por debaixo do elmo, a relação conturbada entre Jane e Odin, que a julga como uma usurpadora enquanto está tomado pela sua loucura (?) ou soberba desmedidas, uma iminente guerra civil em Asgard contra a tirania de Odin.

Some a isso tudo a curiosidade para saber como o futuro reaparecimento de Odinson impactará nessa trama e você  ficará fisgado por meses a fio lenda essa HQ. Não tenho mais dúvida, a nova Thor virou compra mensal certa!

Há de se destacar também a belíssima arte da dupla Russel Dauterman e Matthew Wilson, que está incrível. Destaque para o quadro com as múltiplas facetas de Loki, a face a face de Thor com a versão feminina de Loki e a sequência final da HQ, com o início do embate entre Thor e Odin.

Nota: 4/5

Veja também a resenha de Thor #1 (The Mighty Thor 1-2)

27/03/2017

[Resenha] Persépolis - Marjane Satrapi

Marjane Satrapi Persépolis Quadrinhos
Ficha Técnica
Editora: Quadrinhos na Cia
Número de páginas: 352
Ano de Publicação: 2007 (atualmente da décima oitava reimpressão)
Compre Persépolis na Amazon  | Adicione no Skoob
Marjane Satrapi, a autora e personagem principal desse livro, era uma menina muita parecida com qualquer outra que você conheceu durante a sua vida. Gostava de ir para o colégio brincar com os amigos, ouvia música pop e punk rock, gostava de tênis Adidas e jaquetas jeans. Isso até ela ser  obrigada a vestir o véu islâmico aos dez anos de idade.

Persépolis não é só uma autobiografia, é uma aula sobre o Irã e uma realidade muita distante da nossa. A história começa antes da revolução islâmica, quando o país vivia sob uma ditadura que tinha o apoio dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha, nada muito diferente do que aconteceu na América do Sul e alguns países do Leste Europeu durante a Guerra Fria.

Durante esse período da ditadura, a família da Marjane vivia de forma bastante parecida com uma família brasileira de classe média da mesma época (final dos anos 70). Seus pais eram muito politizados e participavam de protestos contra a ditadura local. Ao custo muito grande de vidas perdidas, conseguiram tirar o ditador do poder, no entanto, acabaram colocando outra coisa pior no poder, a república islâmica.

Após a ascensão ao poder da República Islâmica, as meninas e meninos não podiam mais estudar juntos na mesma sala, a patrulha ideológica do partido vigiava as pessoas na rua, nenhuma mulher poderia sair sem véu e nem poderia estar acompanhada de um homem que não fosse de sua família ou o seu marido, música e roupas ocidentais passaram a ser proibidos. A ditadura anterior não parecia mais tão ruim assim.

Apesar do clima tenso, Persépolis tem uma narrativa leve e divertida em primeira pessoa. A leitura é viciante e te deixa preso querendo saber o que acontecerá a seguir na vida de Marjane, de sua família e do Irã.

Persépolis HQ
Não é?
Em resumo, a história se divide em três períodos: a infância, adolescência e vida adulta de Marjane, que são três fases bem distintas. Quando criança, ela sonhava em ser uma profeta e conversava com Deus. Ao tomar contato com a política, através de sua família, vai entendo o que se passa com o seu país. Depois de uma grande perda na família, ela briga com Deus e para de falar com ele e abandona o seu sonho de ser uma profeta.

15/03/2017

Comic Book Haul: Março/17 (March 2017)


O que é Comic Book Haul ou Book Haul?

Comic Book Haul ou, simplesmente, Book Haul, é uma lista de livros ou quadrinhos que uma pessoa recebeu, comprou ou que vai ler durante uma determinado mês. Não há um consenso quanto a isso, cada blogueiro faz do seu jeito.

Uns gostam de mostrar o que compraram ou receberam enquanto fazem pequenas resenhas e outros apenas mostram os livros ou quadrinhos sem ainda os terem lido.

O que eu pretendo fazer é uma mistura das duas coisas. Vou mostrar o que eu comprei no mês e o que eu li no mês. No entanto, eu pretendo fazer isso escrevendo em inglês para me forçar a melhorar a minha escrita nesse idioma.

Primeiro vou colocar o título original e depois a versão em português. So, let's get started!

HQ's compradas em março / Comics bought in march

Mighty Thor 1 & 2 (Thor: Reinos Ameaçados 1)


Mighty Thor 1 & 2 (Thor: Reinos Ameaçados 1)

I was anxious to read this new female Thor. Not because it's a "she", but because I really like Jason Aaron's work with Thor (Odinson) and The Punisher. I liked this first issue, but I had a "deja vú" feelling with this storyline. I hope Aaron doesn't repeat his own ideas.

Eu estava ansioso para ler essa nova Thor. Não por se tratar de uma mulher no posto de Deus do Trovão, mas sim porque eu gosto muito do trabalho do Jason Aaron, tanto com o próprio Thor (Odinson) quanto com que Justiceiro. No entanto, sinto que o Aaron está se repetindo, essa fase está parecida com o que ele já fez antes com o personagem. Vejamos as próximas edições.

Rating (nota): 3.5/5.0

Spider Man / Deadpool 1 and Deadpool & The Mercs for Money (Homem-Aranha e Deadpool 1)

Spider Man / Deadpool 1 and Deadpool & The Mercs for Money (Homem-Aranha e Deadpool 1)

I don't know why I bought this comic book. Really. I knew it wasn't going to be good, but I bought it anyway. I mean, it's kinda funny, but it doesn't worth the price and my budget to comics is really limited these days. I won't buy it anymore.

Não sei porque eu comprei essa HQ. Eu já sabia que seria ruim. Até ri com a leitura, mas não vale a dinheiro gasto. Talvez se fossem duas edições americanas por edição, igual a revista do Thor... mas essa história do grupo de mercenários do Deadpool é muito ruim. Com a grana curta, não vale a pena mesmo.

Rating (nota): 2.5/5.0

The Walking Dead issue 9 cover

The Walking Dead issues 7, 8 and 9 (The Walking Dead 7, 8 e 9)

The TWD TV Show it's really boring this season (tell me something new), so I decided to give another chance to the comic books. I hope I like it.

Eu já tinha lido o primeiro encadernado da HQM de The Walking Dead e desisti de acompanhar pela demora ridícula da editora em lançar os demais encadernados. Como as revistas mensais já estão bem avançadas aqui no Brasil e a série de TV está um saco, resolvi comprar algumas edições avulsas em sebos e ver se eu curto a leitura.

Fairest TP 27-33 (As Mais Belas Fábulas 5: Clamor pelo Glamour)

Fairest TP 27-33 (As Mais Belas Fábulas 5: Clamor pelo Glamour)

What Bill Willingham did with our beloved characters after Fables main title ended? Soon I will discover.

Fábulas é uma das minhas séries em quadrinhos favoritas e foi a HQ que me fez virar fã do selo Vertigo. Só quero ver o que o gordinho Bill Willingham vai fazer nesse spin off agora que a série principal acabou.

Animal Man Vol.6: Flesh and Blood (Homem-Animal: Carne e Sangue)

Animal Man Vol.6: Flesh and Blood (Homem-Animal: Carne e Sangue)

I will give one last chance to this title. The last three TP had some crap storylines, written by Tom Veitch. I heard that this new TP, by Jamie Delano, was really good. LAST CHANCE, BUDDY, LAST CHANCE!

Os últimos três encadernados foram um saco! Roteiros péssimos do Tom Veitch. Se eu não tivesse ouvido muitos elogios a essa fase do Delano eu não compraria esse volume. Essa é a minha última chance ao Homem-Animal. Até agora, só a fase do Grant Morrison foi boa.

Slam Dunk 3

Slam Dunk 3 (Slam Dunk 3)  

I'm really liking this manga. It's silly sometimes, but danm, it's a japanese comic book about basketball and it's funny!

Essa mangá é muito divertido, embora às vezes seja bem bobo. Mas é um mangá sobre basquete, um esporte que eu sou fã. Vou continuar comprando.

HQ's lidas em março / Comics read in march

24/02/2017

Lendas do Universo DC - Lanterna Verde e Arqueiro Verde: vale a pena?

Grandes Clássicos DC Lanterna Verde e Arqueiro Verde

Ouvi falar muito dessa série do Lanterna Verde como um grande marco nos quadrinhos da DC. Vale ressaltar que a maioria dessas histórias saíram originalmente na revista do Lanterna Verde no comecinho da década de 70 e o Arqueiro Verde era um "convidado especial", servindo de contraponto ao "linha dura" Hal Jordan, que sempre seguiu à risca o cumprimento da lei, preto no branco, enquanto o Arqueiro não ligava muito para as leis, seguindo uma espécie de código ético próprio meio "bicho-grilo", progressista, whatever, chame como quiser.

Como é explicado no texto de abertura no primeiro volume, a sociedade americana passava por profundas transformações sociais no começo da década de 70. O status quo era questionado e a sociedade passou a se preocupar mais fortemente com assuntos como guerras, repressão sexual, abuso de autoridade, drogas e políticos desonestos (sic).

A cultura pop entrou de cabeça nessa "luta". Filmes, novelas, literatura e música. Nessa época, os quadrinhos ainda eram uma literatura (se é que podemos chamá-los assim) rasa, basicamente histórias simplistas do bem contra o mal que se resolviam com alguns sopapos e sempre com o bem vencendo, sem nenhum tipo maior de questionamento ou aprofundamento em relação as atitudes dos personagens, sejam vilões ou heróis.

Aí que entra as histórias do Lanterna Verde e Arqueiro Verde, escritas por Dennis O'Neil e magnificamente ilustrada por Neal Adams (apesar das tramas soarem datadas, a arte de Adams ficou atemporal). Eles começaram a colocar todos esses elementos nas histórias do gladiador esmeralda. 

Repentinamente, os personagens estavam debatendo sobre racismo, política, capitalismo, poluição, drogas, questão indígena, entre outros.

Apesar da iniciativa ser louvável e inovadora para a época, as tramas são rasas, tudo se resolve de forma muito simples e os temas, importantíssimos, são abordados de forma enviesada, notadamente puxando a sardinha para a agenda liberal da esquerda dos Estados Unidos, o que não chega a ser um problema, afinal todos têm o direito de crer no que bem entenderem, mas seria muito bom para o debate algum contraponto. 

Até mesmo a história do recrutamento do John Stewart, o primeiro lanterna verde negro (isso soa estranho, né?), é rasa e boba, com argumentos mal trabalhados, chega a dar vergonha alheia.


Grandes Clássicos DC Lanterna Verde e Arqueiro Verde

Tomei a liberdade de separar alguns trechos da ótima resenha de um usuário do site Skoob, chamado Marc, sobre a HQ. Eu não poderia colocar em melhores termos. Espero que ele não se importe com a citação.


(...)depois de ver tantos comentários positivos (sobre a HQ), fiquei bastante decepcionado. Os motivos são simples: mais importante não era abordar esses temas, a maneira como isso acontecia é que deveria contar (...) Posso comentar, afinal não é segredo para ninguém que o parceiro do Arqueiro Verde é um viciado. A justificativa que ele oferece para a dependência é não apenas ingênua, mas cômica. Na hora pensei que era até brincadeira, o que seria totalmente absurdo numa história tão séria; mas depois percebi que os autores estavam dando sim uma justificativa real para o vício dos jovens. Portanto, antes de sair falando maravilhas dessas histórias, vale a pena observar a maneira como esses temas foram tratados, afinal é isso que define uma boa história.
O segundo motivo é a escolha dos temas. Ora, será que ninguém consegue associar temas como desarmamento, racismo, hipocrisia religiosa e de líderes políticos, a questão de gênero, luta de classes, etc, a uma agenda progressista? Será que ao invés de falar sobre o racismo como uma questão de ódio (basta ver a fala do Lanterna John Stewart), não seria melhor dizer a sociedade americana, que levava tão a serio os valores de integração e respeito estava se desviando de sua predileção e isso iria causar desastres? Será que não havia outros temas para abordar e que tinham tanta ressonância quanto esses na sociedade da época?
Pode parecer implicância, mas logo de início me preparei para ler uma sequência de absurdos liberalóides (veja o sentido da palavra liberal para os americanos) e fui passando as páginas uma depois da outra e vendo as bobagens se sucedendo. Quem sabe o que foram os anos 60 nos EUA, com forte incitação a violência entre raças, que culminou em absurdos como os Panteras Negras e outras organizações, não pode concordar que o tratamento que a revista dá ao tema seja o correto. Embora costume ser lugar comum, advogar em nome das supostas vítimas implica mais do que dizer que um lado bate e outro apanha somente.
O auge é um Jesus socialista e ambientalista que termina crucificado ao lado de nossos amados heróis. Lamentável. Lamentável, mas esperado. Não é novidade para mais ninguém que o progressismo tenta colar em Jesus o rótulo de primeiro socialista da história, ou ao menos o mais influente de sua época. Isso tem uma função inegável de associar o repúdio ao socialismo com a morte de Cristo, como se desde aquela época aqueles que defendessem o igualitarismo e a justiça social fossem apenas os não compreendidos e perseguidos injustamente por uma turba violenta e maldosa. Ou, pior, como se Jesus tivesse vindo ao mundo para combater a pobreza, trazendo uma mensagem que necessariamente se realizaria no mundo material, e somente nele.
Pois é sobre isso que esses quadrinhos estão versando. Imagine um policial espacial, totalmente obediente a seus líderes e que vai se deparando com a “realidade” até não ter mais tanta certeza se não passa de um serviçal do status quo desigual e violento. Dizer que as forças policiais operam contra a população pobre e servem para perpetuar as desigualdades é uma “tese” progressista que fazia muito sucesso na época (e ainda é repetida bovinamente por qualquer aspirante a ditador hoje em dia). Ao mesmo tempo, o Arqueiro surge como um Robin Hood moderno, decidido, inteligente e consciente do mundo verdadeiro que os heróis deveriam proteger.
Grandes Clássicos DC Lanterna Verde e Arqueiro Verde 

Para finalizar, vale destacar o bom trabalho que a Panini fez relançando essas HQ's em papel offset, o que deixou a revista mais durável, com o manuseio mais agradável e valorizou a arte de Neal Adams.


E você, leitor, o que achou dessa HQ?

28/04/2015

Compras do mês - Março/2015

quadrinhos março

E aí, pessoal? Tudo belê?

Entonces, segue uma lista com as minhas compras do mês de março. Só quadrinhos, nenhum livro, action figure ou miniatura e uma breve consideração sobre cada uma delas.

23/08/2013

Resenha das Edições #0 de Liga da Justiça Dark

Liga da Justiça Dark #0


Resenha rapidinha da revista Liga da Justiça Dark #12, que trouxe as origens dos personagens no universo reebotado da DC. Bora lá.

Liga da Justiça Dark (ou Constantine Teen) #0

Um prato de cocozaço mole. Sem inspiração, sem criatividade, sem roteiro. Nem parece que o roteirista dessa bagaça, o Jeff Lemire, é o mesmo cara que escreve as histórias do Homem-Animal. Imagino os editores da DC conversando com o ele:

Editores: -Aí Jeff, tem que fazer a edição 0 da Liga da Justiça Dark.

Jeff: -Beleza! Devo utilizar todos os personagens? Levo em consideração as origens originais deles ou devo criar algo totalmente novo? Teremos quantas edições?

Editores: Vai ser uma edição só, 22 páginas e... ah, sei lá, se vira, mas coloca a Zatanna peituda com umas meias-arrastão que ta tudo certo, nerd é tudo tarado virjão mesmo.

Jeff: Mas é o Constantine! Um dos maiores ícones do selo Vertigo e dos quadrinhos de terror, com anos de histórias contadas por grandes roteiristas e...

Editores: VÉIO! ESCREVE QUALQUER COISA AÍ, MÊS QUE VEM NINGUÉM LEMBRA MAIS!

Voilá!

Nota 2 só pelas roupas da Zatanna.

Zatanna

Eu, Vampiro #0

Normalmente só faço uma leitura dinâmica dessa série, mas dessa ver a arte me chamou a atenção e resolvi ler todos os diálogos, e até que ficou legalzinho a origem do vampiro bonzinho-fodão protagonista. Mês que vem volto a ignorar a história.

Nota 8

Ressurreição #0

Mesmo esquema da Eu, Vampiro, só que leio ainda menos. Diferentemente das outras séries, que pararam as narrativas do mês passado para contar as origens dos personagens, aqui adaptaram a origem do Ressurreição pra ela fazer parte da história atual para poder acabar logo saporra! A série foi cancelada! Alguém vai sentir saudades? Não né? Levando só esse último número em consideração, até que foi legalzinho, é uma história pra ler como foda-se ligado enquanto da uma cagada. Tranquilo.

Nota 7, morra e não volte nunca mais.

Homem Animal e Monstro do Pântano #0

Vou resenhar as duas juntas porque achei as mesmas coisa delas (e porque são muito semelhantes, já que as histórias dos dois personagens estão interligadas e tal).

Bem fodonas, levaram em consideração as origens originais (é estranho falar isso) do Monstro do Pântano e do Homem-Animal, conseguiram inserir novos elementos e ainda interligar os dois. Difícil acreditar que fizeram um trabalho tão bom levando em consideração que após o reboot o Universo DC tá mais zoneado que puteiro em dia de pagamento.

O único defeito - se você não leu ainda, tem spoilers -  é o vilão comum as duas histórias, o Arcane, matar tantos avatares do verde e do vermelho ao longo dos anos, sem explicar como ele teve tanto poder para isso e sem explicar como a podridão não ganhou a guerra ainda... enfim, um voto de confiança tem que ser dado a dupla de roteiristas Jeff Lemire & Scott Snyder de que isso será esclarecido durante a saga Mundo Podre.

PS: *Outro spoiler* Como sempre, o preto morre primeiro!

Nota 9


11/04/2013

Astronauta - Magnetar

Astronauta - Magnetar
Desde que foi lançada em outubro de 2012, Astronauta - Magnetar vem fazendo muito sucesso, tanto de vendas quanto de críticas (não me lembro de ter visto um única crítica negativa sequer). O sucesso é tamanho que a Graphic Novel será lançada também na Europa.

Ser publicado na gringa é um feito para pouquíssimos autores nacionais, de cabeça me lembro apenas dos irmãos Moon e Bá, que primeiro fizeram sucesso no exterior com sua excelente Daytripper para depois ser publicada no Brasil, e com o próprio Danilo Beyruth, autor de Magnetar, que teve o seu Necronauta publicado pela editora americana Image.

Como se não fosse o bastante, o trabalho do Danilo o rendeu uma entrevista no programa Agora é tarde, da Rede Bandeirantes. Pode não parecer grande coisa, mas quando poderíamos imaginar que um autor BRASILEIRO de QUADRINHOS daria uma entrevista em rede nacional por conta de um trabalho com um personagem de Maurício de Sousa, intimamente relacionado com os quadrinhos infantis da TURMA DA MÔNICA?
 

Pois bem, recentemente, meses após o lançamento, finalmente consegui ler o elogiadíssimo trabalho de Danilo (e também de Cris Peter, a colorista da HQ) e, honestamente, me decepcionei! *voz do Silvio Santos on* Calma, calma sua piranha, eu explico. *off*

Não que Astronauta - Magnetar seja ruim, longe disso! É uma boa história, com uma arte sensacional, só que esperava bem mais depois de tantas críticas positivas e do sucesso de vendas.

O tema principal da obra gira em torno da solidão: em meio a uma missão no espaço, o Astronauta , por um descuido seu (dele, não seu!) danifica a sua nave e fica "à deriva". Na tentativa de consertar a sua nave e volta para a casa, o Astronauta vai perdendo a sua sanidade conforme os dias vão passando, não tendo ninguém com quem conversar além da sua própria consciência e, principalmente, das memórias que tem do seu avô (do dele, não do seu, sua mula!), que nunca saiu de perto da fazendo onde morava.

O grande problema da história, ao meu ver, é o seu desenvolvimento. Ela é muito curta e acaba de forma muito abrupta, dando a sensação de que ela poderia ter sido melhor explorada. Por exemplo, os amigos e familiares que aparecem em um delírio do protagonista. Não sabemos os seus nomes e temos uma vaga noção de seus relacionamentos com o herói, sendo apenas o relacionamento do Astronauta com o seu avô mais aprofundado.

Astronauta - Magnetar

A impressão que tive ao término da leitura é que essa história era grande demais para ter sido publicada nas coletâneas MSP 50 (uma homenagem de diversos quadrinistas aos 50 anos de carreira de Maurício de Sousa) e que acabou sendo lançada em forma de graphic novel. O que, mesmo assim, é estranho, porque o autor já provou que pode muito bem desenvolver excelentes histórias curtas, como provou em Necronauta, personagem de sua autoria.

Para dizer que não falei das flores, volto a frisar que o trabalho de dupla Beyruth e Cris Peter na arte é de tirar o chapéu, com painéis muito bonitos e detalhados (destaque para as páginas que mostram a repetição enfadonha da rotina do protagonista e, depois, quando ele está desacordado vagando no espaço) e também o ótimo trabalho de pesquisa que o autor fez para desenvolver a trama, que pode ser conferido nos extras da edição.

Nota 6

30/10/2012

As Crônicas de Gelo e Fogo - A Guerra dos Tronos [Resenha]


A Guerra dos Tronos Capa

Título: As Crônicas de Gelo e Fogo - A Guerra dos Tronos
Autor: George R. R. Martin
Assunto: Fantasia Medieval, Guerra, Sobrenatural
Ano de lançamento: 2010
Formato: 24 x 17 cm
Origem: EUA (1996)
Páginas: 592
Editora Leya

Sinopse

Quando Eddard Stark, lorde do castelo de Winterfell, aceita a prestigiada posição de Mão do Rei oferecida pelo velho amigo, o rei Robert Baratheon, não desconfia que sua vida está prestes a ruir em sucessivas tragédias. Sabe-se que Lorde Stark aceitou a proposta porque desconfia que o dono anterior do título fora envenenado pela manipuladora rainha - uma cruel mulher do clã Lannister - e sua intenção é proteger o rei. Mas ter como inimigo os Lannister pode ser fatal: a ambição dessa família pelo poder parece não ter limites e o rei corre grande perigo. Agora, sozinho na corte, Eddard percebe que não só o rei está em apuros, mas também ele e toda sua família.

A Guerra dos Tronos

Assim como acontece com um filme de grande sucesso adaptado a partir de um livro os olhares de muitos leitores se voltaram para a série que inspirou  o seriado Game of Thrones, um grande sucesso de público e crítica do canal HBO. Inspirado nas Crônicas de Gelo e Fogo, de George R. R. Martin, a série de TV toma emprestado o nome do primeiro livro da saga literária, intitulado A Guerra dos Tronos.

Para quem acompanhou a série na TV o livro guarda poucas surpresas. A equipe de produção fez um brilhante trabalho ao adaptar fielmente mais de 500 páginas de história em 10 episódios de uma hora na televisão. Obviamente que há algumas diferenças entre o livro e o programa da HBO, mas elas são poucas e não devem causar a revolta dos fãs da obra original, como acontece em alguns outros casos.

No entanto, algumas situações são mais bem desenvolvidas no livro de Martin, como as intenções dos irmãos do Rei Robert, o drama de Lady Catelyn ao ver seus filhos, marido, irmãos e pai correndo sérios perigos e  as relações entre os senhores e suas casas vassalas.

A divisão dos capítulos do livro é feita pelo nome do personagem principal daquele núcleo da história, e são várias histórias paralelas ocorrendo ao mesmo tempo. Em alguns momentos a leitura se torna um pouco cansativa por conta disso, mas vale a pena insistir um pouco, pois conforme o livro vai chegando ao seu fim os personagens vão atingindo pontos cruciais de suas jornadas, fazendo o que uma boa série sempre faz, seja ela de TV ou literária: deixar o leitor morrendo de curiosidade esperando pelo próximo capítulo, e isso George Martin  executa muito bem em A Guerra dos Tronos.

"Na Guerra dos Tronos ou você ganha ou você morre."

A Guerra dos Tronos Winter Is Coming

As Crônicas de Gelo e Fogo x O Senhor dos Anéis

A comparação de As Crônicas de Gelo e Fogo com O Senhor dos Anéis é quase inevitável: ambas são séries de fantasia "capa e espada" que começaram sua carreira de sucesso nos livros e migraram para as telas, só que uma foi para a TV e a outra para o cinema ( e ambas têm o ator Sean Ben no elenco, e em ambas ele intrepreta um personagem importante que morre antes do fim da trama!). Quem já leu Tolkien sabe que esse autor é muito detalhista na construção e descrição do universo da Terra Média (e isso é muito, muito maçante). George Martin é bem mais econômico (graças aos antigos e aos novos deuses!), mas não menos eficiente, na descrição de Westeros, das Terras para-lá-da-muralha e do Território das Cidades Livres.

O tom das histórias também é bem diferente. Na obra de Tolkien a história é mais leve, mais fantástica e heróica, quase infantil comparado as matanças, sexo e intrigas políticas da obra de Martin. Se um livro pudesse crescer e se tornar adulto, A Guerra dos Tronos seria a versão adulta da jornada de Frodo para queimar o anel.  


Iron Throne A Guerra dos Tronos


16/05/2012

Manual de marketing em mídias sociais

manual de marketing em mídias sociais


Um excelente livro sobre um assunto ainda muito novo, onde surge um novo "guru" a cada trimestre. Escrito por Darren Barefoot e Julie Szabo, ambos profissionais com experiência no ramo do marketing digital (a dupla é fundadora da agência Capulet Communications) e com cases próprios para mostrar, o "Manual..." é uma leitura excelente tanto para quem ainda é leigo no assunto quanto para quem já acompanha o mercado de comunicação digital há alguns anos.

Um dos grandes méritos desse livro é ter vários exemplos para todos os tópicos comentados. Os autores abordam cases de sucesso executados por eles e por empresas concorrentes, e falam também sobre alguns dos seus próprios fracassos, explicam o motivos de tais campanhas terem dado errado e nos mostram o que aprenderam com isso.

É um livro excelente que todo profissional de marketing digital deveria cogitar em ter na sua estante.

Manual de marketing em mídias sociais
Darren Barefoot e Julie Szabo
Páginas: 296
Ano: 2012
Preço médio: R$55,00
Editora: Novatec

26/01/2012

God of War

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god of war capa

Título: God of War
Autores: Marv Wolfman (roteiro) e Andrea Sorrentino (arte)
Origem: EUA
Páginas: 148
Editora: Panini

God of War fez (e faz) muito sucesso entre os gamers por aliar gráficos potentes, quebra-cabeças, violência em doses cavalares e usar a mitologia grega para criar um bom pano de fundo para justificar a jornada de Kratos em busca de vingança e poder. A HQ assinada pelo experiente Marv Wolfman explora os acontecimentos da vida do fantasma de esparta antes da história mostrada no primeiro jogo.

A história começa bem confusa justamente para quem já conhece a história do novo Deus da Guerra. Wolfman optou por narrar a história em dois tempos distintos, um no presente e o outro no passado. A medida que Kratos avança em sua segunda busca pela Ambrosia de Asclépio (uma substância divina que cura qualquer doença ou ferimento) ele se recorda de quando partiu em busca da Ambrosia pela primeira vez, quando precisava dela para curar sua filha recém-nascida, que nasceu com varíola e que, pelas leis de espartanas, deveria ser sacrificada. 

Ver o protagonista explorando os mesmos lugares em tempos diferentes, hora enquanto luta contra a vontade dos deuses para salvar a sua filha, hora enquanto lembra de sua falecida família (e isso não é spoiler!), deixa a leitura confusa, levando um certo tempo para "cair a ficha" sobre o que está acontecendo.


A arte


god of war comics


A arte de Sorrentino é muito boa, embora seja muita escura, principalmente nos primeiros capítulos, a ponto ficar até um pouco difícil de entender a ação se desenrolando, mas vai melhorando gradualmente. Nas partes em que os aparecem deuses há bonitos efeitos de luz, cada deus tendo a sua própria cor dependendo do seu poder, e é aí que a arte se destaca.


Vale a pena comprar os quadrinhos de God of War?




kratos god of war action figure


Além de mostrar o amor de Kratos por sua família (algo um tanto estranho para quem está acostumado a vê-lo retalhando inimigos nos videogames), a HQ também explora algo que não é abordado nos games, que é sua vida como capitão e cidadão espartano. No entanto, a história é um tanto arrastada e não chega a empolgar, mesmo melhorando a medida em que se aproxima da conclusão.

A versão nacional encadernada reúne os seis volumes lançados lá fora, com capa cartonada, e com o justo preço de R$19,90. Vale para quem é fã dos games e quer conhecer mais sobre a história, mas para quem procura uma boa leitura há opções muito melhores com as quais gastar seu dinheiro e tempo.

Nota: 6

26/12/2011

Conan, o Bárbaro [Resenha]

conan o bárbaro livro

Título: Conan, o Bárbaro
Autor: Robert E. Howard
Origem: EUA
Assunto: HQs, ficção, super-heróis, cinema, literatura.
Páginas: 384
Formato: 16 x 23 cm
Acabamento: Brochura

Conan é um personagem que dispensa maiores apresentações. Já é velho conhecido nas HQs, livros e principalmente no cinema, onde alçou Arnold Schwarzenegger à fama com os filmes Conan, o Bárbaro (1982) e Conan, o Destruidor (1984) e entreteu muita gente nas sessões da tarde da vida.

Recentemente Conan ganhou mais uma versão cinematográfica, com Jason Momoa tendo a ingrata missão de dar vida ao bárbaro após sua imagem ficar gravada no imaginário popular com o rosto de Schwarzenegger -vocês tem noção de como é difícil escrever esse nome toda hora?-. Sem entrar nos méritos do filme, o que importa pra gente é que graças a ele (ao filme, não ao Momoa!) pudemos ter o primeiro (e único) romance do bárbaro publicado aqui em terra brasilis pela Editora Generale.

Sem mais delongas, vamos ao que interessa: o livro trás não somente o romance Conan, o Bárbaro, mas também outros três contos do coringa, do palhaço, do joker, do bobo, cimério. Vamos falar de cada um separadamente:


Conan, o Bárbaro

Para quem está acostumado com histórias de fantasia épica, como o Senhor dos Anéis ou Guerra dos Tronos, não vai se surpreender muito com a história. Conan, então já tendo alcançado o posto de rei, é alvo de uma armadilha tramada pelo antigo e poderoso necromante chamado Xaltotun. O bárbaro perde o seu trono e tem que refazer o seu caminho de volta ao seu posto de governante da Aquilônia, reconquistado seu exército e tendo que descobrir uma maneira de derrotar a magia negra de seu oponente.

Trata-se de uma história curta, divertida e fácil de ler. Todo o trajeto do herói é bastante previsível, mas é interessante ver como o bárbaro consegue resolver as maiores adversidades, seja com o "sangue nos zóio" ou no estilo ladino, só no sapatinho. Um ponto fraco nesse romance é a falta de coadjuvantes interessantes e antagonistas de peso. Por mais que o necromante Xaltotun seja um adversário poderoso, tanto ele quanto os aliados do bárbaro parecem estar ali somente para mostrar o quão forte e sagaz é o cimério.

Se procura uma boa leitura de capa e espada, sem a pegada épica e grandiosa de um Senhor dos Anéis ou Crônicas de Nárnia, essa é a escolha certa.

Nota 7

conan


Contos

1. Além do Rio Negro;

Nesse conto Conan tem adversários bem interessantes, que colocam toda sua força e inteligência à prova. Nele somos apresentados a Balthus, o coadjuvante mais interessante das quatro histórias apresentadas no livro. Ele é um jovem viajante à procura de terras e riquezas e tem sua vida salva por Conan. Juntos, eles tentam salvar suas vidas e a dos habitantes das colônias ocidentais enquanto lutam no coração da selva contra antigos demônios e tribos canibais.

Esse conto tem ótimas batalhas e passagens bem tensas. A melhor história de todo o livro, fácil!

Nota 9

2. As Negras Noites de Zamboula;

Aqui a leitura começa a ficar chata. A exemplo do romance e do conto anterior, Conan é o guerreiro sagaz e forte que consegue se safar de qualquer armadilha. Há uma donzela em apuros e inimigos brutais que são facilmente subjugados pelo bárbaro. É a história mais fraca, mas pelo menos é a mais curta.

Nota 4

3. Os Profetas do Círculo Negro.

A essa altura o leitor já está careca de saber que Conan vai se dar bem no final, não importa que inimigos enfrente. Pelo menos aqui há alguns personagens mais interessantes para ajudar a conduzir a história, mas ela poderia ter umas vinte páginas a menos fácil, principalmente se o autor tivesse descartado as descrições de lugares, povos e seitas que não fazem grande diferença para entende a história, pelo contrário, até confundem o leitor com o excesso de informação.

Nota 6

Fechando a conta


conan o bárbaro


Ler esse livro inteiro em uma tacada só pode ser uma experiência bem chata se você não for fã do personagem. Melhor lê-lo intercalado com algum outro livro.

Nota final: 6,5
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14/12/2011

Um Sábado Qualquer

um sábado qualquer capa


Como pode um blog criado de maneira despretensiosa alcançar a marca de 50 mil visitas diárias em dois anos de vida? A fórmula usada pelo blog de tirinhas Um Sábado Qualquer, de Carlos Ruas, foi abordar um assunto polêmico e universal, como é a religião, utilizando de bom humor e muito talento, além de uma boa dose de empreendedorismo.

É bem provável que você já tenha esbarrado com as tirinhas de Ruas pelas redes sociais da vida, isso se você já não é fã das aventuras de Deus, Adão, Eva, Caim, Luciraldo e cia - e se não for, cá pra nós, você não sabe o que está perdendo.

Fazer piada com Deus e personagens bíblicos tinha tudo pra dar gerar briga com os mais conservadores e ganhar a antipatia de muita gente, mas o autor tem um feeling incrível para fazer piadas com assuntos espinhosos sem chocar ou ser agressivo (fica a dica para o pessoal do Stand up). Suas tiradas são inteligentes, coisa de quem conhece bem do que está falando. Apesar do bom humor das tiras é possível notar nas entrelinhas algumas críticas bem contundentes à igreja católica e seus fiéis, mas sobram indiretas para várias religiões.

um sábado qualquer
Clique para ampliar
Depois de tanto sucesso na internet finalmente Um Sábado Qualquer ganha uma versão em papel pela editora Devir. Como já são mais de dois anos de tirinhas não foi possível reunir todas elas, mas temos um belo começo de "saga". As tirinhas em que Adão aparece estão entre as melhores (pelo menos para o público masculino, pela identificação quase instantânea com o personagem), mas a série de tirinhas com Noé também é de tirar o chapéu.

Agora vá logo conhecer a palavra de Deus, ele está de olho!

um sábado qualquer

um sábado qualquer


05/12/2011

Top 5 motivos para ler Watchmen

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*Atenção, esse post contém spoilers sobre o filme e a HQ em questão.

1 -É a única história em quadrinhos presente na lista dos melhores livros de todos os tempos da revista TIME

Watchmen Panini


Watchmen é a única história em quadrinhos presente na lista dos 100 melhores livros de todos os tempos da revista TIME. Não que essa lista deva ser tomada como referência absoluta para literatura de qualidade (por exemplo, eles só consideraram para a eleição histórias escritas originalmente em língua inglesa e publicadas a partir de 1923), mas é notável que tenham tido a coragem de inserir uma HQ nessa lista, provavelmente causando a revolta de leitores mais conservadores ao comparar clássicos da literatura com algo de "baixo nível" ou "coisa de criança" que é como os quadrinhos ainda são vistos por muitas pessoas, mas é sem dúvida uma amostra da qualidade e da importância da obra de Alan Moore.


2 - Diferenças entre filme e quadrinho

Watchmen Panini


Apesar do filme ter tentando ser fiel a história contada nas HQs sempre haverá diferenças entre a adaptação e o material original, e com Watchmen não é diferente. A diferença mais latente entre a HQ e o filme é, sem dúvida, a maneira como o "vilão" da trama consegue atingir seus objetivos (o alienígena na HQ e as "bombas Manhattan" no filme), mas há outras coisas que foram alteradas, cortadas ou que entraram como material extra, como Os Contos do Cargueiro Negro (que foi lançada como animação em um DVD separado) e a morte do Coruja original (cena cortada na versão de cinema do filme) que merecem ser conferidas na fonte original.


3 - A obra prima entre tantas obras-primas

Watchmen Panini


V de Vingança, A Liga Extraordinária, Do Inferno, Tom Strong, Batman: A Piada Mortal, entre outras (incluindo ótimas fases com Lanterna Verde e Super-homem, até coisas menos conhecidas como Promethea e Lost Girls), são todas obras do velho bruxo barbudo e, apesar de ter escrito tantas histórias de  qualidade, Watchmen (de 1986) ainda consegue ser sua obra-prima até hoje.


4 - Marcou o início da Era Moderna dos Quadrinhos

Watchmen Panini


Ao lado de O Cavaleiro das Trevas de Frank Miller (embora os dois autores tenham visões políticas e artistas completamente opostas), Watchmen marcou, ou melhor, consolidou o uso de tramas mais adultas nos quadrinhos, usando principalmente os contextos político e social como pano de fundo para a histórias de sujeitos que usam fantasias para combater o crime. A dicotomia entre o bem e o mal foi deixada de lado e os vilões e heróis passaram a atuar em grandes áreas cinzas, onde o certo e o errado são uma questão de ponto de vista. Depois dessas obras as histórias de super-heróis começaram a abordar temas mais "realistas".


5 - Relançamento da Panini

Watchmen Panini


Watchmen foi relançada em 2009 pela Editora Panini em duas versões (um volume único em capa dura e em dois volumes em capa cartão), aproveitando o buzz gerado pela lançamento do filme. Nos EUA a HQ conseguiu atingir o topo das graphic novels mais vendidas mesmo após 20 anos de seu lançamento original! No Brasil a edição esgotou alguns meses após o seu lançamento, tornando-se um item raro (e caro!) de colecionador. Mês passado a Panini relançou Watchmen nas livrarias, dando mais uma chance para quem ainda não a tem em sua estante.


0,5 - Ganhará sequências!

Depois de anos engavetado finalmente o projeto para novas histórias com os personagens de Watchmen ganham força e parecem que verão a luz do dia. Alan Moore, que há anos não trabalha mais para a DC e fez questão de que tirassem o seu nome de todas as adaptações cinematográficas de suas obras, não estará envolvido no projeto, o que só gera desconfiança quanto a qualidade das histórias. O Coruja resume o sentimento dos fãs de Watchmen em relação a essa atitude caça-níquel da DC...

23/11/2011

Retalhos por Craig Thompson

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Retalhos HQ Capa


A graphic novel Retalhos foi um dos grandes destaques do quadrinhos em 2009. Desde seu lançamento, em 2003, coleciona importantes prêmios, entre eles três Harvey e dois Eisner Awards, dois dos mais importantes prêmios da indústria de quadrinhos.

Retalhos conta a história de Craig Thompson, protagonista, escritor e ilustrador da obra (Ah, eu esqueci de mencionar que era uma autobiografia. Bom, agora vocês já sabem!), desde a sua infância até seus vinte e poucos anos, quando passa a morar sozinho e decide se dedicar a viver de seus desenhos.

Thompson destaca três aspectos de sua vida: 1 - a rigorosa educação cristã que recebeu dos seus  pais e do colégio durante a infância em uma cidade no interior dos Estados Unidos; 2 - o relacionamento com seu irmão mais novo, Phil, e  3 - o namoro com Raina, uma garota que conheceu durante um acampamento de férias para jovens cristãos.

Durante a narrativa Thompson mistura a realidade com sua fantasiosa imaginação, lembrando em alguns momentos o desenho-animado "O Fantástico Mundo de Bobby", clássico do SBT dos anos 90.

Isso acontece principalmente enquanto sua infância, mas dura praticamente toda a história, porém ocorrendo cada vez menos conforme o 'personagem-autor' vai amadurecendo. No entanto, diferentemente do desenho animado, nem sempre a sua imaginação cria ilusões lúdicas ou felizes.

O conservadorismo cristão enche a cabeça de Craig de dúvidas, desde criança até uns vinte e poucos anos, quando passa a interpretar os dogmas religiosos e a ver o mundo de sua própria maneira.

Em certa parte da história, Craig abre mão de uma das poucas coisas que o faziam feliz, que era desenhar, porque segundo o pastor (ou padre, não me lembro ao certo) o tempo que ele "desperdiçava" desenhando poderia ser melhor aproveitado orando e cantando hinos de sua igreja.

O amadurecimento de Craig foi possível, em grande parte, ao seu relacionamento com Raina, uma jovem bem diferente dele, criada em uma cidade mais liberal e com a família cheia de problemas, como o divórcio dos pais e o egoísmo de sua irmã mais velha.

 
Retalhos HQ Craig Thompson
Através de Raina, Craig questiona alguns tabus impostos pela religião e começa a enxergar que certas coisas que aprendeu com seus pais, em sua comunidade e na bíblia podem ser contraditórias.

Por várias vezes ele se questiona se seu relacionamento com ela tem algo de "pecaminoso", apesar de amá-la de verdade.

Porém, algumas das melhores (e mais chocantes) passagens não são com Raina, mas na igreja onde ele frequentava. Nessas partes percebe-se que há uma grande distância entre o que se prega e o que se faz. Vem a lembrança a famosa frase "faça o que eu digo, não faça o que eu faço".

Retalhos merece todo o reconhecimento que ganhou, pela originalidade como aborda os temas como religião, adolescência e relacionamentos.

O único 'defeito', por assim dizer, é gastar muito tempo mostrando a relação entre Craig e Raina, deixando de explorar mais a relação com seu irmão e com seus pais, que poderiam ser mais exploradas.

Como se trata de um 'tijolo' para um público bem restrito, não foi possível para a Quadrinhos na Cia fazer muitas 'firulas' como capa dura ou envernizada, mas ainda assim consegui fazer uma bela arte e com um material de boa qualidade, sem falar no conteúdo, que é excelente!


Retalhos HQ Craig Thompson

28/10/2011

Daytripper

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daytripper capaDepois de fazer sucesso na gringa, Daytripper finalmente é lançada no Brasil e com pompa e circunstância: capa dura, acabamento luxuoso e papel de ótima qualidade. Só me lembro de ter visto outras dois quadrinhos ganharem edições tão caprichadas assim por aqui, 'O Cavaleiro das Trevas' e 'Watchmen', também pudera, dois crááássicos do gênero. Mas então por que uma graphic novel que acabou de ser lançada ganha o mesmo tratamento que estes dois ícones da nona arte?

Basicamente por dois motivos: aproveitar que os autores Fábio Moon e Gabriel Bá estão com a moral lá em cima e lançar uma edição para deixar qualquer um babando de vontade de tê-la. A capa é muito bonita e chama a atenção. Quem não gostaria de ter um 'livrão' desse bonito que da até gosto na prateleira? O segundo motivo é a qualidade da obra em sim: é excelente, muito bem escrita e desenhada, coisa de gente que entende do riscado. Os capítulos finais são de uma sensibilidade ímpar!

O enredo de Daytripper conta a história da vida de Brás de Oliva Domingos, jornalista filho de um escritor mundialmente famoso, que vive frustrado com seu trabalho de obtuarista e sonha em também ser um escritor de grande sucesso. Enquanto persegue seu sonho, Brás tem que lidar com a sombra de seu pai, sua frustração profissional, seu divórcio, o nascimento de seu filho, a busca pela garota dos seus sonhos. E, como em todas as grandes histórias, seus dias têm uma reviravolta que ele nunca antecipou...




E pensar que os gêmeos Moon e Bá têm apenas 35 anos de idade. O que será que eles ainda nos reservam depois de escrever uma das obras mais importantes de suas carreiras e possivelmente um novo clássico dos quadrinhos? 

daytripper comics

autógrafo daytripper ba moon
Edição de Daytripper autografada na Rio Comicon!

15/10/2011

Bando de Dois

Bando de Dois Capa

Olá!

O tema do post de hoje é o primeiro de uma série sobre a Rio Comicon 2011 com coisas que comprarei lá (assim espero!).

Pra quem não sabe a Rio Comicon é um evento sobre quadrinhos que acontecerá no Rio de Janeiro dos dias 20 a 23 desse mês. Lá teremos exposições, palestras, oficinas e, é claro, muitos produtos nerd com descontos especiais que nos farão deixarmos até nossas calças por lá de tanto que vamos gastar, mas tudo bem, é por uma boa causa.

Uma das atrações de eventos desse tipo é conseguir exemplares autografados pelos autores. No meu caso, já vou sair de casa com a Graphic Novel Bando de Dois embaixo do braço para conseguir um autógrafo do autor, Danilo Beyruth. Lá pretendo comprar outros quadrinhos, mas isso é assunto para os próximos posts.



Só pra contextualizar, Bando de Dois ganhou vários Troféus HQ Mix, a premiação mais importante de quadrinhos no Brasil, como melhor Graphic Novel de 2010, e teve várias tiragens esgotadas.

  • Sinopse: Ferido, Tinhoso tem uma visão de seu comandante e seus companheiros mortos pedindo que os ajudasse, que os levasse para o descanso. Ele decide, então, partir em busca das cabeças decepadas de todos eles, que estão com a volante do tenente Honório.Para isso, contará com a ajuda de Caveira de Boi, que aceita a empreitada, mas por um motivo bem menos nobre...



22/09/2010

Magneto - Testamento

capa magneto testamento 
Título: Magneto - Testamento 
 Autores: Greg Pak (roteiro), Carmine Di Giandomenico e Matt Hollingsworth (arte)
Páginas:130 
Editora: Panini

Magneto: Testamento narra a infância de um dos maiores vilões da Marvel. Judeu, Max (seu nome de batismo) cresceu na Alemanha na época da Segunda Guerra Mundial e, como é de se esperar, ele e sua família sofreram muito durante o regime nazista.

E é justamente na luta pela sobrevivência sua e de sua família que reside o foco da história. Nada de supervilões e de poderes mutantes. Se trocassem Magneto por outro personagem qualquer a história faria o mesmo sentido, mas a graça é justamente mostrar como foi a infância do futuro vilão e como começaram a crescer em sua cabeça ideias como superioridade da raça mutante e a dominação de uma raça sobre a outra. 

A pergunta que deve inevitavelmente surge é como uma pessoa que sofreu tanto por causa da discriminação   pode vir a se tornar um dos maiores defensores da supremacia racial mutante? Soa contraditório.


magneto
   

Apesar de ter um ótimo roteiro a arte dessa HQ deixa a desejar. O trabalho de Carmine Di Giandomenico varia entre o ruim e o mediano. Algumas vezes chega a ser difícil de diferenciar os rostos de seus personagens, sendo eles homens ou mulheres!. Felizmente o colorista Matt Hollingsworth faz um belo trabalho e salva os desenhos da mediocridade. A edição conta ainda com capa dura, posfácios de Stan Lee e do roteirista Greg Pak, galeria de capas e uma mini HQ em homenagem a artista judia Dina Babit e um pôster. 

magneto


Edição recomendadíssima, tanto no conteúdo quanto na forma, e por um preço bem em conta (R$ 22,90). Merece ir pra estante!

Nota 9,5