Conheci Ex Machina há pouco tempo, no final do ano passado, muito depois da série já ter sido publicada inteira aqui no Brasil.
O último volume saiu por aqui, pela Panini, em dezembro de 2012, mas só há poucos meses atrás comecei a essa obra. Li primeiro apenas os volumes 1 e 2, que eu tinha comprado e estavam na minha fila de espera.
Virei fã na mesma hora.
Me lembro de, no fim de semana seguinte, ter vasculhado os sites de todas as comic shops que eu conheço para comprar todos os volumes que eu não tinha.
Cheguei até a pagar uma pequena fortuna no Mercado Livre pelo volume três, que está esgotado.
Gastei em um mês, apenas com Ex Machina, uma quantia que normalmente daria pra passar uns três meses comprando os meus quadrinhos com folga.
Mas não importa.
O que importava é que eu poderia ler toda a saga do Prefeito Mitchell Hundred, ou do Super-Herói A Grande Máquina, se preferir.
Aliás, não só do Hundred, mas do seu amigo e segurança Bradbury, o russo Kremlin, a mamãe Hundred, a comissária Angotti, o vice-prefeito Wylie, as irmãs Moore, Candice, entre outros.
A trama é bem interessante. Resumidamente, o engenheiro Mitchell Hundred ganha, em um misterioso acidente, o poder de se comunicar com qualquer tipo de máquina e, como grande fã de quadrinhos que é, principalmente do Super-Homem, resolve se dedicar a lutar contra o crime e ajudar seus conterrâneos de Nova York.
Após grandes feitos heróicos e de contar com grande ajuda dos seus amigos Kremlin e Bradbury, Mitchell Hundred sente que é hora de mudar e de ajudar as pessoas de uma forma diferente.
E assim, Hundred decide aposentar A Grande Máquina e se candidata de forma independente à Prefeitura de Nova York.
E vence.
Não vou entrar em mais detalhes para não spoilers, mas logo na primeira edição somos apresentados à maneira a qual a história vai ser narrada: com uma parte da narrativa no passado, mostrando principalmente a carreira d'A Grande Máquina, e outra no presente, com Mitchell Hundred como prefeito.
Basicamente isso significa que grande parte da história de Ex Machina gira em torno de uma história mais ou menos padrão de super-herói com outra bem diferente relacionada à política, com todas as intrigas, segredos e desafios que essa profissão apresenta, multiplicado por cem, já que estamos falando da prefeitura de Nova York, a chamada "Capital do Mundo".
Um ponto interessante a se destacar é que o autor, Brian K. Vaughan (Y: O Último Homem, Leões de Bagdá) não criou um universo fictício para Ex Machina: guardadas as devidas proporções e liberdades literárias, o mundo de Ex Machina é, rigorosamente, o mesmo mundo que o nosso.
Isso significa que Mitchell Hundred tem que lidar com atos de terrorismo, que o 11 de setembro existiu, que o presidente dos EUA é George W. Bush, que a Guerra no Iraque está em curso, que políticos e acontecimentos reais são citados a todo o momento, tudo isso misturado com doses certeiras de terror, ficção científica, referências ao Universo DC e colãs (ok, colãs nem tanto).
Estou perdendo a minha linha de raciocínio, estão vou tentar ir logo ao ponto.
A questão toda é que, até as últimas edições, Ex Machina é uma trama do tipo "como seria se existisse um super-herói no mundo real" acompanhanda do já citado teor político.
Os personagens estão sempre encarando e superando grandes desafios, há muito humor e ação, e a arte de Tony Harris e JD Mettler é qualquer coisa de sensacional.
Mas não importa.
O que importava é que eu poderia ler toda a saga do Prefeito Mitchell Hundred, ou do Super-Herói A Grande Máquina, se preferir.
Aliás, não só do Hundred, mas do seu amigo e segurança Bradbury, o russo Kremlin, a mamãe Hundred, a comissária Angotti, o vice-prefeito Wylie, as irmãs Moore, Candice, entre outros.
A trama é bem interessante. Resumidamente, o engenheiro Mitchell Hundred ganha, em um misterioso acidente, o poder de se comunicar com qualquer tipo de máquina e, como grande fã de quadrinhos que é, principalmente do Super-Homem, resolve se dedicar a lutar contra o crime e ajudar seus conterrâneos de Nova York.
Após grandes feitos heróicos e de contar com grande ajuda dos seus amigos Kremlin e Bradbury, Mitchell Hundred sente que é hora de mudar e de ajudar as pessoas de uma forma diferente.
E assim, Hundred decide aposentar A Grande Máquina e se candidata de forma independente à Prefeitura de Nova York.
E vence.
Não vou entrar em mais detalhes para não spoilers, mas logo na primeira edição somos apresentados à maneira a qual a história vai ser narrada: com uma parte da narrativa no passado, mostrando principalmente a carreira d'A Grande Máquina, e outra no presente, com Mitchell Hundred como prefeito.
Basicamente isso significa que grande parte da história de Ex Machina gira em torno de uma história mais ou menos padrão de super-herói com outra bem diferente relacionada à política, com todas as intrigas, segredos e desafios que essa profissão apresenta, multiplicado por cem, já que estamos falando da prefeitura de Nova York, a chamada "Capital do Mundo".
Um ponto interessante a se destacar é que o autor, Brian K. Vaughan (Y: O Último Homem, Leões de Bagdá) não criou um universo fictício para Ex Machina: guardadas as devidas proporções e liberdades literárias, o mundo de Ex Machina é, rigorosamente, o mesmo mundo que o nosso.
Isso significa que Mitchell Hundred tem que lidar com atos de terrorismo, que o 11 de setembro existiu, que o presidente dos EUA é George W. Bush, que a Guerra no Iraque está em curso, que políticos e acontecimentos reais são citados a todo o momento, tudo isso misturado com doses certeiras de terror, ficção científica, referências ao Universo DC e colãs (ok, colãs nem tanto).
Estou perdendo a minha linha de raciocínio, estão vou tentar ir logo ao ponto.
A questão toda é que, até as últimas edições, Ex Machina é uma trama do tipo "como seria se existisse um super-herói no mundo real" acompanhanda do já citado teor político.
Os personagens estão sempre encarando e superando grandes desafios, há muito humor e ação, e a arte de Tony Harris e JD Mettler é qualquer coisa de sensacional.
As caras e boas dos personagens me lembrar um pouco a Liga da Justiça cômica da década de 90, mas e estou perdendo a droga da linha de raciocínio novamente!
Tentando resumir, depois de 9 edições, você já está muito apegado e torcendo fervorosamente para que Mitchell Hundred supere seus adversários dentro e fora da prefeitura e que consiga alcançar o seu sonho, para que o vice-prefeito Wylie prossiga o bom trabalho de Hundred e que seus amigos Bradbury, Kremlin, Angotti e cia tenham um final feliz.
Mas não!
Brian K.Vaughan te da um tapa na cara e te lembra que você NÃO ESTÁ LENDO uma história de super-heróis onde tudo acaba bem. Ou melhor, que sequer acaba!
Aqui a história acaba, e alguém perde.
E perde muito mais do que uma eleição.
Perde amigos, perde parentes, perde sonhos, perde a humanidade, perde a razão.
Fiquei mal ao terminar de ler e conhecer o desfecho da saga de Mitchell Hundred, da Grande Máquina e dos demais personagens.
Certamente vou ter que reler alguns trechos novamente para compreender e digerir um pouco melhor essa HQ, porque ainda está indigesto.
Não vou mais olhar pra minha estante, na parte em que os encadernados da Ex Machina estão, com o mesmo entusiasmo. Talvez tenha que passar um tempo de "luto", sei lá.
A última vez que me lembro de ter ficado tão "sentido" por uma ficção foi no episódio do "Casamento Vermelho", de Game of Thrones.
Mas com esse episódio de GoT a sensação foi de surpresa, revolta, raiva.
Com o final de Ex Machina foi algo mais do tipo decepção, tristeza, desencanto.
Escrevi muito já!
Tentando resumir, depois de 9 edições, você já está muito apegado e torcendo fervorosamente para que Mitchell Hundred supere seus adversários dentro e fora da prefeitura e que consiga alcançar o seu sonho, para que o vice-prefeito Wylie prossiga o bom trabalho de Hundred e que seus amigos Bradbury, Kremlin, Angotti e cia tenham um final feliz.
Mas não!
Brian K.Vaughan te da um tapa na cara e te lembra que você NÃO ESTÁ LENDO uma história de super-heróis onde tudo acaba bem. Ou melhor, que sequer acaba!
Aqui a história acaba, e alguém perde.
E perde muito mais do que uma eleição.
Perde amigos, perde parentes, perde sonhos, perde a humanidade, perde a razão.
Fiquei mal ao terminar de ler e conhecer o desfecho da saga de Mitchell Hundred, da Grande Máquina e dos demais personagens.
Certamente vou ter que reler alguns trechos novamente para compreender e digerir um pouco melhor essa HQ, porque ainda está indigesto.
Não vou mais olhar pra minha estante, na parte em que os encadernados da Ex Machina estão, com o mesmo entusiasmo. Talvez tenha que passar um tempo de "luto", sei lá.
A última vez que me lembro de ter ficado tão "sentido" por uma ficção foi no episódio do "Casamento Vermelho", de Game of Thrones.
Mas com esse episódio de GoT a sensação foi de surpresa, revolta, raiva.
Com o final de Ex Machina foi algo mais do tipo decepção, tristeza, desencanto.
Escrevi muito já!
Nenhum comentário:
Postar um comentário