21/03/2017

Guia para aproveitar ao máximo a CCXP Tour Nordeste!

CCXP Tour Nordeste 2017

Olá, nerds do meu Brasil varonil! Faltam pouco mais de três semanas para a CCXP Tour Nordeste, que acontecerá em Recife, no Centro de Convenções de Pernambuco, entre os dias 13 e 16 de abril.

Essa será a primeira vez que teremos uma Comic Con Experience no Nordeste do Brasil. Na verdade, será a primeira CCXP fora da cidade de São Paulo. As outras três edições do evento foram todas na capital paulista, ou seja, essa será a primeira oportunidade para muitas pessoas de participar desse evento.

Devido a ansiosidade, algumas (ou melhor, muitas) pessoas podem achar que o lineup de artistas participantes dessa edição do evento pode estar um tanto fraca comparado com as edições em São Paulo. E de fato está. Até agora, os nomes mais relevantes são Finn Jones (Sir Loras de Game of Thrones e o Punho de Ferro, série da Marvel/Netflix), Richard Speight Jr (Super "já deveria ter acabado muitas temporadas atrás" Natural), Carlos Villágran (o eterno Quico do Chaves), Claudia Wells (a namorada do Martin McFly de "De Volta para o Futuro", que não fez nada de relevante desde então) e... só!

CCXP Tour Nordeste 2017
Ninguém tem paciência com o anúncio dos convidados da CCXP...
Claro que teremos muitos quadrinistas, mas para o grande público, o que conta são os atores de cinema e TV. Para quem já viu Neil Patrick Harris (How I Met Your Mother), Mila Jovovich, Vin Diesel, James Gunn (diretor de Guardiões da Galáxia), Edgar Vivar, (Seu Barriga), Natalie Dormer (a Princesa Margaery de Game of Thrones), Krysten Ritter e David Tennant (Jessica Jones), Evangeline Lilly (Lost e O Hobbit), Terry Crews, Adam Sandler, Jason Momoa (Khal Drogo e Aquaman), Richard Armitage (O Hobbit), Sean Astin (Sam de O Senhor dos Anéis) e grandes nomes dos quadrinhos como Frank Miller, Brian Azzarelo, Simon Bisley e Frank Quitely, a CCXP Nordeste parece um tanto vazia.

O que fazer? Se desesperar? Vender o seu ingresso? Desistir de ir? Nada disso! Da para aproveitar muito bem a CCXP sem sequer ver um desses grandes nomes do evento. Sem falar que a maioria só vai aparecer em eventos com hora marcada que terão filas quilométricas de hora e mais horas de espera para serem vistos ou então com meet and greets (sessão onde você pode tirar uma foto e pegar um autógrafo com o seu ídolo) bem caros.

Mas o que fazer então? Como me preparar para o evento? Muita calma nessa hora, vamos lá!

CCXP Tour Nordeste 2017
Finn Jones é Sir Loras Tyrell e O Punho de Ferro 
Youtubers

Olha, além desses caras você vai ver muita gente lá. Se você curte Youtubers, é um prato cheio. Na última edição, fiquei bem perto dos caras do Jovem Nerd (foi muito legal gritar "LAMBDA, LAMBDA, LAMBDA NEEEERRRDEEEES" ao vivo com o Jovem Nerd!), tirei foto com os malucos do Mundo Canibal (os irmãos Piologo), quase consegui tirar fotos com o pessoal do Porta dos Fundos, do Matando Robôs Gigantes. Chame-os de celebridades da internet ou subcelebridades, mas se você gosta deles, a CCXP é um prato cheio para você.


Quadrinistas

Por enquanto poucos nomes estão confirmados, mas não desanime. Convidados serão anunciados até poucos dias antes do evento e a Artist's Alley é o coração do evento. Por falar nisso, a não ser que você queira passar o dia inteiro em filas, leve poucas HQ's para autografar. Eu cometi o erro de levar muitas para autografar, até mesmo com quadrinistas que eu nem curtia tanto, e o resultado foi que eu deixei de ver algumas atrações legais porque eu estava preso em filas. Leve apenas aquelas HQ's favoritas dos seus quadrinistas favoritos. O tempo (e o cansaço) contam muito para você aproveitar bem o evento.

Atrações, Exposições e Lojas

Na última edição tivemos um stand da HBO com uma animação 3D de Game of Thrones, além do trono de ferro, tivemos o (chatíssimo) stand da Netflix com figurinos e karaokê, as armaduras dos cavaleiros do zodíaco em tamanho real, Le Parkour do Assassins Creed, card game ao vivo com o Jovem Nerd e Azaghal, action figures e dioramas incríveis em exposição, lojas de quadrinhos, mangás, miniaturas, loja oficial do Harry Potter... acredite, você terá muita coisa para ver.

CCXP Tour Nordeste 2017 Cosplay
A CCXP é o habitat natural de cosplayers da Arlequina

Cosplayers

Esse pessoal é um show a parte! Desde as fantasias mais simplórias até as mais elaboradas, você vai se surpreender ao ver os seus personagem favoritos em carne, osso e colã! Aproveite e tire muitas fotos com eles, os cosplayers adoram atenção! Mas seja educado, sempre! Respeito é bom e mantém dos dentes no lugar.

Comida e roupas

Meu amigo, não inventa de ir de calça, casaco, camisa de manga comprida. Em São Paulo já é quente, imagina no Recife. Coloque roupas confortáveis, de preferência uma camisa e bermuda. Pense que você vai ficar o dia inteiro no evento andando de um lado para o outro. Calce tênis confortáveis.

Coloque em sua mochila, além de um desodorante, várias comidas e bebidas. De preferência água (dentro de um saco plástico, para não molhar as suas HQ's) e alimentos leves, como sanduíches ou biscoitos. Desse jeito você ganha tempo, evitando grandes filas nas lanchonetes, e economiza uma grana, pois as comidas lá dentro são caras.


Como chegar ao Centro de Convenções Pernambuco?

A melhor maneira (embora não seja a mais barato) é ir de Uber. Caso queira economizar e ir de ônibus, use o Google Maps verifique quais as linhas que levam de onde você estará hospedado até o Centro de Convenções para não ficar perdido. E, chegando lá, não se assuste com o tamanho da fila de entrada. Apesar de enorme, ela anda rápido. E não esqueça de levar um livro para doação para pagar meia entrada.

Última dica

Você certamente se divertirá muito no evento! Tire muitas fotos, filme o que achar interessante, mas não vá ficar perdendo tempo tentando postar tudo no Facebook e no Instagram, deixei para fazer isso quando chegar em casa e aproveite o evento o máximo possível!

15/03/2017

Comic Book Haul: Março/17 (March 2017)


O que é Comic Book Haul ou Book Haul?

Comic Book Haul ou, simplesmente, Book Haul, é uma lista de livros ou quadrinhos que uma pessoa recebeu, comprou ou que vai ler durante uma determinado mês. Não há um consenso quanto a isso, cada blogueiro faz do seu jeito.

Uns gostam de mostrar o que compraram ou receberam enquanto fazem pequenas resenhas e outros apenas mostram os livros ou quadrinhos sem ainda os terem lido.

O que eu pretendo fazer é uma mistura das duas coisas. Vou mostrar o que eu comprei no mês e o que eu li no mês. No entanto, eu pretendo fazer isso escrevendo em inglês para me forçar a melhorar a minha escrita nesse idioma.

Primeiro vou colocar o título original e depois a versão em português. So, let's get started!

HQ's compradas em março / Comics bought in march

Mighty Thor 1 & 2 (Thor: Reinos Ameaçados 1)


Mighty Thor 1 & 2 (Thor: Reinos Ameaçados 1)

I was anxious to read this new female Thor. Not because it's a "she", but because I really like Jason Aaron's work with Thor (Odinson) and The Punisher. I liked this first issue, but I had a "deja vú" feelling with this storyline. I hope Aaron doesn't repeat his own ideas.

Eu estava ansioso para ler essa nova Thor. Não por se tratar de uma mulher no posto de Deus do Trovão, mas sim porque eu gosto muito do trabalho do Jason Aaron, tanto com o próprio Thor (Odinson) quanto com que Justiceiro. No entanto, sinto que o Aaron está se repetindo, essa fase está parecida com o que ele já fez antes com o personagem. Vejamos as próximas edições.

Rating (nota): 3.5/5.0

Spider Man / Deadpool 1 and Deadpool & The Mercs for Money (Homem-Aranha e Deadpool 1)

Spider Man / Deadpool 1 and Deadpool & The Mercs for Money (Homem-Aranha e Deadpool 1)

I don't know why I bought this comic book. Really. I knew it wasn't going to be good, but I bought it anyway. I mean, it's kinda funny, but it doesn't worth the price and my budget to comics is really limited these days. I won't buy it anymore.

Não sei porque eu comprei essa HQ. Eu já sabia que seria ruim. Até ri com a leitura, mas não vale a dinheiro gasto. Talvez se fossem duas edições americanas por edição, igual a revista do Thor... mas essa história do grupo de mercenários do Deadpool é muito ruim. Com a grana curta, não vale a pena mesmo.

Rating (nota): 2.5/5.0

The Walking Dead issue 9 cover

The Walking Dead issues 7, 8 and 9 (The Walking Dead 7, 8 e 9)

The TWD TV Show it's really boring this season (tell me something new), so I decided to give another chance to the comic books. I hope I like it.

Eu já tinha lido o primeiro encadernado da HQM de The Walking Dead e desisti de acompanhar pela demora ridícula da editora em lançar os demais encadernados. Como as revistas mensais já estão bem avançadas aqui no Brasil e a série de TV está um saco, resolvi comprar algumas edições avulsas em sebos e ver se eu curto a leitura.

Fairest TP 27-33 (As Mais Belas Fábulas 5: Clamor pelo Glamour)

Fairest TP 27-33 (As Mais Belas Fábulas 5: Clamor pelo Glamour)

What Bill Willingham did with our beloved characters after Fables main title ended? Soon I will discover.

Fábulas é uma das minhas séries em quadrinhos favoritas e foi a HQ que me fez virar fã do selo Vertigo. Só quero ver o que o gordinho Bill Willingham vai fazer nesse spin off agora que a série principal acabou.

Animal Man Vol.6: Flesh and Blood (Homem-Animal: Carne e Sangue)

Animal Man Vol.6: Flesh and Blood (Homem-Animal: Carne e Sangue)

I will give one last chance to this title. The last three TP had some crap storylines, written by Tom Veitch. I heard that this new TP, by Jamie Delano, was really good. LAST CHANCE, BUDDY, LAST CHANCE!

Os últimos três encadernados foram um saco! Roteiros péssimos do Tom Veitch. Se eu não tivesse ouvido muitos elogios a essa fase do Delano eu não compraria esse volume. Essa é a minha última chance ao Homem-Animal. Até agora, só a fase do Grant Morrison foi boa.

Slam Dunk 3

Slam Dunk 3 (Slam Dunk 3)  

I'm really liking this manga. It's silly sometimes, but danm, it's a japanese comic book about basketball and it's funny!

Essa mangá é muito divertido, embora às vezes seja bem bobo. Mas é um mangá sobre basquete, um esporte que eu sou fã. Vou continuar comprando.

HQ's lidas em março / Comics read in march

24/02/2017

Lendas do Universo DC - Lanterna Verde e Arqueiro Verde: vale a pena?

Grandes Clássicos DC Lanterna Verde e Arqueiro Verde

Ouvi falar muito dessa série do Lanterna Verde como um grande marco nos quadrinhos da DC. Vale ressaltar que a maioria dessas histórias saíram originalmente na revista do Lanterna Verde no comecinho da década de 70 e o Arqueiro Verde era um "convidado especial", servindo de contraponto ao "linha dura" Hal Jordan, que sempre seguiu à risca o cumprimento da lei, preto no branco, enquanto o Arqueiro não ligava muito para as leis, seguindo uma espécie de código ético próprio meio "bicho-grilo", progressista, whatever, chame como quiser.

Como é explicado no texto de abertura no primeiro volume, a sociedade americana passava por profundas transformações sociais no começo da década de 70. O status quo era questionado e a sociedade passou a se preocupar mais fortemente com assuntos como guerras, repressão sexual, abuso de autoridade, drogas e políticos desonestos (sic).

A cultura pop entrou de cabeça nessa "luta". Filmes, novelas, literatura e música. Nessa época, os quadrinhos ainda eram uma literatura (se é que podemos chamá-los assim) rasa, basicamente histórias simplistas do bem contra o mal que se resolviam com alguns sopapos e sempre com o bem vencendo, sem nenhum tipo maior de questionamento ou aprofundamento em relação as atitudes dos personagens, sejam vilões ou heróis.

Aí que entra as histórias do Lanterna Verde e Arqueiro Verde, escritas por Dennis O'Neil e magnificamente ilustrada por Neal Adams (apesar das tramas soarem datadas, a arte de Adams ficou atemporal). Eles começaram a colocar todos esses elementos nas histórias do gladiador esmeralda. 

Repentinamente, os personagens estavam debatendo sobre racismo, política, capitalismo, poluição, drogas, questão indígena, entre outros.

Apesar da iniciativa ser louvável e inovadora para a época, as tramas são rasas, tudo se resolve de forma muito simples e os temas, importantíssimos, são abordados de forma enviesada, notadamente puxando a sardinha para a agenda liberal da esquerda dos Estados Unidos, o que não chega a ser um problema, afinal todos têm o direito de crer no que bem entenderem, mas seria muito bom para o debate algum contraponto. 

Até mesmo a história do recrutamento do John Stewart, o primeiro lanterna verde negro (isso soa estranho, né?), é rasa e boba, com argumentos mal trabalhados, chega a dar vergonha alheia.


Grandes Clássicos DC Lanterna Verde e Arqueiro Verde

Tomei a liberdade de separar alguns trechos da ótima resenha de um usuário do site Skoob, chamado Marc, sobre a HQ. Eu não poderia colocar em melhores termos. Espero que ele não se importe com a citação.


(...)depois de ver tantos comentários positivos (sobre a HQ), fiquei bastante decepcionado. Os motivos são simples: mais importante não era abordar esses temas, a maneira como isso acontecia é que deveria contar (...) Posso comentar, afinal não é segredo para ninguém que o parceiro do Arqueiro Verde é um viciado. A justificativa que ele oferece para a dependência é não apenas ingênua, mas cômica. Na hora pensei que era até brincadeira, o que seria totalmente absurdo numa história tão séria; mas depois percebi que os autores estavam dando sim uma justificativa real para o vício dos jovens. Portanto, antes de sair falando maravilhas dessas histórias, vale a pena observar a maneira como esses temas foram tratados, afinal é isso que define uma boa história.
O segundo motivo é a escolha dos temas. Ora, será que ninguém consegue associar temas como desarmamento, racismo, hipocrisia religiosa e de líderes políticos, a questão de gênero, luta de classes, etc, a uma agenda progressista? Será que ao invés de falar sobre o racismo como uma questão de ódio (basta ver a fala do Lanterna John Stewart), não seria melhor dizer a sociedade americana, que levava tão a serio os valores de integração e respeito estava se desviando de sua predileção e isso iria causar desastres? Será que não havia outros temas para abordar e que tinham tanta ressonância quanto esses na sociedade da época?
Pode parecer implicância, mas logo de início me preparei para ler uma sequência de absurdos liberalóides (veja o sentido da palavra liberal para os americanos) e fui passando as páginas uma depois da outra e vendo as bobagens se sucedendo. Quem sabe o que foram os anos 60 nos EUA, com forte incitação a violência entre raças, que culminou em absurdos como os Panteras Negras e outras organizações, não pode concordar que o tratamento que a revista dá ao tema seja o correto. Embora costume ser lugar comum, advogar em nome das supostas vítimas implica mais do que dizer que um lado bate e outro apanha somente.
O auge é um Jesus socialista e ambientalista que termina crucificado ao lado de nossos amados heróis. Lamentável. Lamentável, mas esperado. Não é novidade para mais ninguém que o progressismo tenta colar em Jesus o rótulo de primeiro socialista da história, ou ao menos o mais influente de sua época. Isso tem uma função inegável de associar o repúdio ao socialismo com a morte de Cristo, como se desde aquela época aqueles que defendessem o igualitarismo e a justiça social fossem apenas os não compreendidos e perseguidos injustamente por uma turba violenta e maldosa. Ou, pior, como se Jesus tivesse vindo ao mundo para combater a pobreza, trazendo uma mensagem que necessariamente se realizaria no mundo material, e somente nele.
Pois é sobre isso que esses quadrinhos estão versando. Imagine um policial espacial, totalmente obediente a seus líderes e que vai se deparando com a “realidade” até não ter mais tanta certeza se não passa de um serviçal do status quo desigual e violento. Dizer que as forças policiais operam contra a população pobre e servem para perpetuar as desigualdades é uma “tese” progressista que fazia muito sucesso na época (e ainda é repetida bovinamente por qualquer aspirante a ditador hoje em dia). Ao mesmo tempo, o Arqueiro surge como um Robin Hood moderno, decidido, inteligente e consciente do mundo verdadeiro que os heróis deveriam proteger.
Grandes Clássicos DC Lanterna Verde e Arqueiro Verde 

Para finalizar, vale destacar o bom trabalho que a Panini fez relançando essas HQ's em papel offset, o que deixou a revista mais durável, com o manuseio mais agradável e valorizou a arte de Neal Adams.


E você, leitor, o que achou dessa HQ?